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Coroas de abacaxi viram pratos e talheres na Colômbia

A ideia é que o material seja aplicado em embalagens diversas.

Published 20/02/2019

Uma solução alternativa ao uso de descartáveis plásticos foi criada pela startup colombiana Lifepack. Trata-se de um material feito a partir dos restos das cascas do milho e das coroas de abacaxi, ou seja, dois subprodutos agrícolas, para o desenvolvimento de utensílios. O mais bacana é que ao fim do uso, os pratos e talheres podem ser simplesmente jogados na terra para se decompor.

Em cada produto, da linha intitulada Papelyco, são incorporados sementes. Isso significa que os consumidores podem plantar a embalagem após o uso e uma segunda vida irá surgir em forma de planta e flor. Se a pessoa não quiser plantar seu pratinho, pode somente descartá-lo no lixo comum, onde ele irá decompor-se em questão de semanas.

Ao contrário dos descartáveis comuns – que formam a massa de plástico que inunda córregos e, posteriormente, oceanos -, os produtos da Lifepack são plantáveis, compostáveis e biodegradáveis. Para o casal de desenvolvedores, Claudia Isabel Barona e Andres Benavides, as “embalagens geram vida”.

E essa vida pode ser pensada não só pelos vegetais que podem crescer, mas também pela geração de trabalho: a empresa já forneceu treinamento para mais de 190 mulheres, criou 20 empregos diretos, treinou 35 presidiárias, gerou receita para mais de 10 produtores de abacaxi e adicionou renda à famílias monoparentais, isto é, quando apenas um dos pais de uma criança arca com as responsabilidades de criar o filho.

Foto: Lifepack

Dados

No site de financiamento coletivo Indiegogo, onde arrecadaram pouco mais de dois mil reais, o casal cita dados que justificam o negócio promissor. “Em 2010, a Colômbia gerou mais de 27 mil toneladas de lixo por dia; os EUA registraram 600 mil toneladas – sendo que apenas 35% dos resíduos foram reciclados. Especificamente na Colômbia, 4% vieram de pratos descartáveis ​​e copos, além de embalagens plásticas e de isopor. Enquanto isso, as embalagens dos EUA representam 30% dos resíduos sólidos e demoram entre 500 e mil anos para se decompor. Os efeitos de todo esse desperdício no meio ambiente, desnecessário dizer, são enormes”, diz o texto.

E o interesse pelas estatísticas norte-americanas não é em vão: o próximo passo do casal é lançar uma unidade de produção em Saint Louis, no Missouri, Estados Unidos.

A ideia é que o material seja aplicado em embalagens diversas, como de alimentos, bebidas, cuidados com a saúde, cuidados pessoais e embalagens industriais.

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