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Construção em madeira reaproveita espécies invasoras

O uso de coníferas consideradas uma praga deu utilidade para árvores indesejadas na região

Published 17/04/2020
construção madeira

As construções de madeira muitas vezes geram dúvidas a respeito de sua sustentabilidade. A primeira reação é associar o uso da madeira ao desmatamento e, como contraponto, existe o argumento de que este é um material que pode ser certificado e ter sua produção rastreada.

Mas, no caso deste centro de convivências, localizado na cidade de Cottonwood, no estado americano do Arizona, a madeira escolhida ajuda a superar estes questionamentos.

O escritório de arquitetura Signal Architecture + Research foi contratado para construir o centro de convivência no Parque Estadual de Oregon e optou por usar madeira extraída de uma espécie de conífera considerada uma espécie invasora e abundante: as árvores do gênero Juniperus têm entre 20 e 40 metros e são vistas como uma praga na região.

Estudos mostram uma diminuição no número de pássaros e outros animais nas áreas onde a árvore está presente. Em um clima seco, a água é especialmente valiosa e as juniperus roubam grandes quantidades deste recurso – a espécie também está ligada ao aumento da erosão dos solos.

A madeira destas coníferas não é fácil de se trabalhar. Graças a presença de muitos nós nos troncos, é uma madeira difícil de fixar. O diâmetro normalmente é pequeno e, além dos nós, o tronco tem um formato afunilado, o que torna seu aproveitamento ruim em relação a outras espécies de árvores.  

Desafio aceito

Mesmo assim, esta foi a escolha para a construção do centro de convivências, acordada entre os arquitetos e os responsáveis pela Fundação dos Parques de Oregon. Uma maneira de mostrar como é possível aproveitar e valorizar uma árvore pouco apreciada na região.

O resultado deste trabalho desafiador é uma bela construção. Os arquitetos descrevem o espaço como uma casa de rancho, com espaço ao ar livre, sombra, fogão a lenha, quebra-ventos e caminhos que ligam o campo ao espaço central.

A localização do centro de conveniências protege seus ocupantes do vento e sol fortes e o espaço interior foi projetado para ser adaptável aos mais diversos usos.

Foto: Signal Architecture + Research

Para os arquitetos, a ideia central do projeto foi criar um lugar que traduza, de forma intuitiva, o lugar e o contexto onde o centro de convivências está inserido. A escolha do material está ligada com a história, a textura e os recursos naturais identificados com o parque e com a região.

Foto: Signal Architecture + Research
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