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Urina cristalizada de animal pode registrar mudanças climáticas ocorridas no passado

Um grupo de cientistas, liderado por Brian Chase, anunciou em outubro que a análise da urina de um mamífero pré-histórico pode ser uma das melhores ferramentas para compreender as mudanças climáticas nas regiões áridas.

Um grupo de cientistas, liderado por Brian Chase, anunciou em outubro que a análise da urina de um mamífero pré-histórico, parecido com um porquinho da índia, pode ser uma das melhores ferramentas para compreender as mudanças climáticas nas regiões áridas. A análise da urina cristalizada do animal conhecido como Hyracoidea das pedras (Rock hyrax) parece contradizer alguns resultados dos atuais modelos climáticos.

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Parecendo um roedor, o hiracóide vive em colônias de até 50 indivíduos na África sub-sahariana e no Oriente Médio. O local usado como banheiro por esses animais é chamado de “middens”. Estes locais são depósitos que podem conter uma variedade de materiais arqueológicos, incluindo ossos de animais, fezes, conchas, materiais botânicos, entre outras coisas que se cristalizam lentamente em camadas, formando uma substância malcheirosa.

Os “middens” podem conter elementos valiosos – como vestígios capazes de mostrar a quantidade de grama que os animais estavam comendo e isótopos, que determinam quão seca essa erva foi.

Como resultado, alguns “middens” são essencialmente ininterruptos, com registros de 28 mil anos de alterações na vegetação regional, explicou o líder do estudo Brian Chase, do Instituto de ciência e evolução na Universidade de Montpellier 2 na França.

Os resíduos antigos são especialmente valorizados porque é difícil encontrar outras evidências das mudanças climáticas antigas ocorridas nas regiões áridas – incluindo a África do Sul, onde os pesquisadores começaram recentemente as pesquisas.

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“As evidências do clima pré-histórico muitas vezes vêm de camadas de sedimentos de lagos e turfeiras”, observou o membro da equipe, Mike Meadows, geógrafo físico na Universidade de Cape Town, na África do Sul. Mas nas regiões áridas, não existem muitos lagos nem áreas úmidas.

Os cientistas disseram que a urina do Hyracoidea é importante para o entendimento do clima não somente na África, mas talvez no mundo.

Por exemplo, os atuais modelos climáticos sugerem que o hemisfério Norte tenha se tornado mais seco cerca de 5.500 anos atrás e o Hemisfério Sul mais úmido. Mas, os vestígios nas amostras de urina do Hyracoidea sugerem que a parte meridional da África também ficou mais seca durante este período, de acordo com a um relatório publicado pela equipe, na edição de julho de 2010 do “Quaternary Research”.

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Para ajudar a encontrar respostas sobre as mudanças do passado, Chase e um escalador, têm coletado a urina destes animais desde 2006.  O projeto começou há cinco anos, e não se trata de uma tarefa fácil. Os “depósitos” ricos em urinas precisam ser coletados com ferramentas específicas, pois estão em cavernas e debaixo das bordas das rochas. Outro incômodo é o cheiro.  “Não é tão desagradável, mas também não é tão bom assim”, finaliza Meadows.

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