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Especialistas tentam modificar digestão bovina para deixar de emitir CO²

Estima-se que 10% do gás carbônico emitido pela Austrália seja proveniente de criações de animais, principalmente de gado. Por isso, o cientista Athol Klieve acredita que modificar a digestão da espécie bovina seja uma alternativa eficiente.

Estima-se que 10% do gás carbônico emitido pela Austrália seja proveniente de criações de animais, principalmente de gado, ovelhas e cervos. Por isso, o cientista Athol Klieve acredita que modificar a digestão da espécie bovina, para torná-la mais parecida com a do canguru, seja uma alternativa eficiente para diminuir as emissões dos gases de efeito estufa.

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A alimentação, tanto do gado, quando dos cangurus, é baseada em espécies vegetais, ou seja, ambos são herbívoros. O que os difere é a digestão, enquanto os bois e vacas expelem enormes quantidades de metano, os cangurus liberam ácido cético, que é inofensivo ao meio ambiente.

O metano é considerado um gás 21 vezes mais potente que o CO². Pode-se então, entender o motivo de tanta preocupação em encontrar uma solução que transforme o tipo de gás eliminado pelo gado.

Durante muito tempo, ambientalistas, vegetarianos e outros críticos foram contra a comercialização da carne de boi. Agora, a indústria de carne tem em suas mãos alguns novos argumentos contra esses ideais. A questão levou a entidade australiana, Carne e Criação Austrália, a realizar seminários com o tema:“Carne vermelha pode ser verde?”

Klieve acredita que a solução para produzir carne vermelha, sem prejudicar o ambiente, seja transformar o tipo de micróbio utilizado no processo de fermentação, que ocorre no sistema digestivo dos animais.

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O gado usa micróbios metanogênicos para eliminar o hidrogênio desnecessário. Eles são os responsáveis pela produção do gás metano. Os cangurus, por sua vez, utilizam outros micróbios, que produzem ácido acético, totalmente inofensivo, no lugar do gás de efeito estufa.

Os cientistas ainda não encontraram uma maneira de transformar o processo de fermentação que ocorre no sistema digestivo do gado. Mas, Klieve garante que esse seja o foco das pesquisas.

Outra maneira de diminuir a quantidade de gases provenientes da criação de gado é incentivar o consumo de outras carnes, como a de canguru. Os favoráveis a essa alimentação se apóiam no fato de que durante 60 mil anos, o animal símbolo do país serviu de fonte de alimento aos aborígenes. Portanto, é capaz de substituir com eficácia outros tipos de carne, sem emitir gases que prejudicam o planeta.

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