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Divergências sobre Belo Monte ganham destaque na mídia mundial

Há 35 anos a construção de usinas hidrelétricas ao longo do Rio Xingu tem divergido opiniões no governo brasileiro. No início desse ano, as reivindicações ultrapassaram as barreiras nacionais e ganharam destaque até mesmo no New York Times.

Há 35 anos a construção de usinas hidrelétricas ao longo do Rio Xingu é pauta no governo. Desde o início dos estudos da região, os impactos gerados pela construção, têm divergido opiniões. O desentendimento ganhou mais força quando o governo anunciou, no início do ano, a liberação da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

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A força das reivindicações teve alcance mundial e os ambientalistas, que são contra a usina, ganharam o apoio do cineasta canadense James Cameron. A presença do astro internacional repercutiu com intensidade na mídia mundial. Além do canadense, a candidata à presidência Marina Silva explicitou a sua opinião e o Greenpeace e outras ONGs ambientais realizaram diversas ações contra a construção da usina.

O “barulho” feito pelos manifestantes no Brasil alcançou a América do Norte e foi noticiada pelo principal jornal estadunidense, o New York Times. A matéria, publicada na última semana, mostrou o que acontecerá com a população que mora na área que será represada. Tendo como exemplo a dona Raimunda Gomes da Silva, 53, uma moradora da cidade de Altamira, o jornal relatou como será a desapropriação e o impacto da construção para a população que habita as áreas a serem represadas.

Belo Monte será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo e fornecerá energia para São Paulo e outras importantes cidades brasileiras. O projeto terá custo de R$ 11 bilhões e inundará a área pertencente a três cidades: Vitória do Xingu, Brasil Novo e Altamira, no Pará. Segundo estimativas do governo a construção criará 20 mil vagas de emprego, porém a maior parte dos moradores da região não possui qualificação para trabalhar na usina.

Os moradores reclamam por terem que deixar suas casas e irem para a localidade que o governo manda. Além disso, eles temem pela quantia paga pela desapropriação, com medo de que não seja equivalente ao valor real da casa. Os índios também se queixam da construção e os primeiros habitantes do Brasil serão, novamente, obrigados a sair de sua região natal.

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Por outro lado, Valter Cardeal, diretor de engenharia da Eletrobrás, disse que Belo Monte não trará impactos negativos para a população da região e nem afetará a pesca, que é hoje uma das principais fontes de renda da população ribeirinha, que habita a região do Rio Xingu.

Cardeal explicou que a construção poderá trazer benefícios e desenvolvimento à região. Entre as melhorias está previsto saneamento básico e melhorias na educação e no sistema de saúde, inclusive aos índios.

Embora haja diversas opiniões, é preciso considerar que a energia hidrelétrica é limpa, por isso causa menos impactos que o petróleo ou o carvão, por exemplo. Em todo o caso, a construção de uma usina desse tipo demanda estudos detalhados, pois envolve o desmatamento de grandes áreas, desapropriação de pessoas e, em alguns casos, também é necessário desviar o leito de rios ou alterar o fluxo das águas. Existem motivos suficientes para manter opiniões contras e a favor e material o bastante para ganhar as páginas do New York Times.

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