Com base em Código Florestal, STF mantém anistia a desmatadores
Diversos trechos do Código Florestal foram votados por ministros do Supremo Tribunal Federal.
Diversos trechos do Código Florestal foram votados por ministros do Supremo Tribunal Federal.
Desde 2012, quando foi sancionada a lei do novo Código Florestal, é questionado o trecho que concede anistia a donos de terras que degradaram áreas preservadas até 22 de julho de 2008. Em novembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, votou a favor de derrubar esse trecho da lei. Mas, na última quarta-feira (28), outros seis ministros voltaram contra a derrubada-, mantendo assim a anistia.
Celso de Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Alexandre Moraes e Cármen Lúcia (presidente da Corte) foram os ministros que votaram a favor da anistia. Contra, votaram Luiz Fux, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski.
Há vários pontos específicos da legislação, que já foram questionados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Votados pelos ministros, de 23 tópicos analisados, o tribunal considerou 18 constitucionais.
Foi julgado constitucional a redução das Áreas de Preservação Permanente (APP). A compensação ambiental agora pode ser feita apenas em um mesmo bioma -, antes deveria ser na mesma microbacia. Permite o plantio de exóticas para recomposição de reserva legal. Dispensa a recuperação de reserva legal desmatada até 22 de julho de 2008. Estes são apenas alguns pontos negativos para o meio ambiente. Neste material, o ISA (Instituto Socioambiental) colocou todos os pontos da lei questionados nas ADIs (Ação Direta de Inconstitucionalidade), tais como suas consequências, resultados da votação e impactos ambientais.
Inclusive o Isa chama atenção para o fato de que a votação foi apertada em vários temas importantes. Sendo que muitos foram decididos por um voto. Ainda assim, o resultado foi um “banho frio” para quem acredita em uma lei mais benéfica para o meio ambiente. Com o título o “Retrocesso ambiental consolidado”, o Isa escreveu um editorial sobre o julgamento no STF onde lamenta que o resultado tenha sido desfavorável à proteção da vegetação nativa. Leia na íntegra aqui.