- Publicidade -

Brasil libera até 5 mil vezes mais agrotóxicos do que Europa

Oito brasileiros são contaminados por dia, considerando somente os casos notificados.

Um estudo chocante mostra mais uma vez porque o consumo de agrotóxicos no Brasil deve ser discutido. O país que lidera mundialmente o uso de tais substâncias possui uma legislação muito frágil, quando comparada a países europeus. É o que revela o estudo “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, da pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da USP (Universidade de São Paulo).

- Publicidade -

Lançado nesta última segunda (27), a pesquisa mostra que o limite aceitável de resíduos na água e nos alimentos são bastante discrepantes de um país para outro. Segundo reportagem do Repórter Brasil, que teve acesso ao documento, o número mais absurdo refere-se a quantidade presente na água: o máximo de herbicida glifosato na água potável da Europa é de 0,1 miligramas por litro, enquanto no Brasil pode ser encontrado até cinco mil vezes mais.

Hoje 504 agrotóxicos têm uso permitido no país, sendo que 30% deles já são proibidos na União Europeia. Outro dado preocupante da pesquisa, segundo a matéria, afirma que oito brasileiros são contaminados por dia, considerando somente os casos notificados. Desde 2015, por exemplo, o governo não publica mais casos de intoxicação por agrotóxicos. Mas, contatada pela reportagem, a Anvisa garante que “uma análise feita entre 2013 e 2015 mostrou que quase 99% das amostras de alimentos analisadas “estão livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde”.

Em contrapartida, a pesquisadora Larissa também registrou, como já afirma a ONU em relação aos transgênicos, que o tão prometido aumento de produção de alimentos por hectare não aconteceu. E quem sai perdendo é o produtor rural, maior vítima de contaminação. E como diversas especialistas também já confirmaram, assim como ex-trabalhadores da área: não há maneira de segura de lidar com agrotóxicos.

Redação CicloVivo

- Publicidade -