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1 em cada 10 mamíferos não sobreviverá às mudanças climáticas

Cientistas alertam para o impacto das mudanças climáticas nos mamíferos. Segundo pesquisa publicada na revista “Poreceedings of National Academy of Sciences”, 9% destes animais localizados no hemisfério ocidental podem não conseguir abrigo adequado.

Cientistas alertam para o impacto das mudanças climáticas na vida dos mamíferos. Segundo pesquisa publicada na revista “Poreceedings of National Academy of Sciences”, 9% destes animais localizados no hemisfério ocidental podem não conseguir abrigo adequado. Enquanto outros 40%, localizados em outras regiões, podem não conseguir se mover rápido o bastante para fugir das alterações no clima.

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O pesquisador de ciências ambientais e florestais Carrie Schloss, da Universidade de Washington, explica que esta é a primeira vez que a obrigatoriedade no deslocamento dos mamíferos é estudada. Essa mudança de habitat se tornou necessária nas últimas décadas, pois as mudanças climáticas tornaram muitas áreas inabitáveis. Assim, os animais são obrigados a se deslocar para permanecerem vivos.

Algumas espécies foram consideradas mais vulneráveis pelos cientistas. Entre elas estão: micos, macacos-aranha, saguis e macacos bugios. Muitos deles já são considerados ameaçados ou em perigo. Já entre os animais que devem conseguir sobreviver às mudanças estão espécies carnívoras, como coiotes e lobos, também são citados veados, renas, tatus e tamanduás.

As análises consideraram 493 tipos de mamíferos que habitam o hemisfério ocidental, desde os de grande porte, com mais de 800 quilos até os menores, que pesam menos que uma moeda de um centavo. Além disso, não foram levados em conta os animais que precisam mudar de habitat para fugir de outras espécies.

Para prever a velocidade com que as espécies teriam que fugir para outras localidades, os cientistas se basearam em dados de um estudo anterior feito pelo co-autor do estudo Joshua Lawer, que também é pesquisador e professor pela Universidade de Washington. O trabalho inicial se baseava em dez modelos climáticos, de acordo com dados produzidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC.

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Assim, os pesquisadores compararam a rapidez com que uma espécie consegue se deslocar e a velocidade necessária para que a paisagem local seja alterada. Por exemplo, um rato pode não ir muito longe por causa do seu tamanho, no entanto, existem muitas gerações nascidas a cada ano, enquanto estes animais estão em movimento. O mesmo modelo não se aplica aos mamíferos, que se mantêm durante anos no mesmo lugar, antes de atingirem a idade ideal para se reproduzir e sairem rumo a um novo território.

Os primatas são bons exemplos disso. Eles podem levar anos até estarem sexualmente maduros. Isso faz com que as taxas de dispersão sejam bastante reduzidas, deixando-os mais vulneráveis às mudanças climáticas, conforme explicado por Schloss. O relevo também pode influenciar este cenário. Em áreas montanhosas os mamíferos conseguem se deslocar mais rapidamente, pois basta ir para os locais mais altos para sentir a mudança no clima.

Segundo o líder do estudo, o panorama apresentado para o Hemisfério Ocidental deve culminar em reduções severas, de até 75% da população. Em contrapartida, as espécies mais resistentes às mudanças podem expandir suas escalas. Mesmo com números já alarmantes, os pesquisadores garantem que os dados são conservadores e até mesmo otimistas.

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“Eu acho que é importante salientar que no passado, quando climas mudaram – entre períodos glaciais e interglaciais, quando espécies se expandiram ou reduziram – a paisagem não era coberta por campos agrícolas, estradas de quatro pistas, estacionamentos, de modo que as espécies podiam se mover muito mais livremente em toda a paisagem”, salienta o co-autor, Joshua Lawer.

“Os planejadores de conservação poderiam ajudar algumas espécies a manterem o ritmo, mesmo com as alterações climáticas, com foco em conectividade – em que reúna as áreas que poderiam servir como caminhos para novos territórios, particularmente onde os animais vão encontrar áreas em desenvolvimento”, finaliza o autor. Com informações do Science Daily.

Redação CicloVivo