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ONGs ambientais dizem que esboço de acordo climático não resolve pontos polêmicos

Mesmo assim, os especialistas já consideram a proposta positiva, pois estimula novos debates entre as nações.

O chefe da delegação da WWF para a Conferência do Clima em Paris, Tasneem Essop, disse em declaração à imprensa que o esboço apresentado hoje (8) pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius, presidente da COP21, traz os ingredientes necessários para um acordo do clima ambicioso, mas alerta que os pontos mais polêmicos da discussão ainda não foram resolvidos.

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“O texto agora inclui mais opções para trazer todas as nações de volta à mesa de negociação até 2020, para que possam melhorar suas propostas atuais. Agora os países precisam fechar as brechas existentes para se certificarem de que qualquer revisão ou mecanismo de elevação das metas antes de 2020 seja compreensível – cobrindo adaptação, financiamento e redução de emissões – e não deixe ninguém de fora”, afirmou.

Os três tópicos que mais têm causado discórdia no debate são a diferença de responsabilidade que os países ricos e pobres devem assumir na redução de emissões, considerando que poluíram em quantidades muito diferente ao longo do tempo, se a meta do acordo vai limitar o aquecimento a 1,5 grau Celsius (°C) ou de 2°C até 2100 e sobre o financiamento dos países em desenvolvimento pelos ricos para a mitigação e adaptação às alterações do clima.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, disse à Agência Brasil que a atmosfera em Paris ainda é de muita expectativa, pois o rascunho do acordo negociado desde a semana passada traz boas opções ao lado de alternativas menos ambiciosas e objetivas, então o acordo final ainda depende do quanto os países estarão dispostos a abrir mão nos próximos dias.

“Temos a nossa disposição as escolhas necessárias para nos levar a um mundo cujo aquecimento global fica limitado a 1,5 ºC, mas mundos com 2 °C, 2,5 °C e 3 °C a mais também estão na mesa, nas entrelinhas do texto, e ainda é um risco que se corre nesses dias finais”, disse.

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Rittl ressalta que os países têm muito trabalho a fazer nos próximos dias e que é possível que a conferência se estenda até o próximo domingo (13), mas avalia que a possibilidade de não haver acordo em Paris é “nula”.

Oficialmente, os representantes dos 195 países reunidos na COP21 têm até sexta-feira (11) para chegar a um acordo global.

Por Maiana Diniz – Agência Brasil

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