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Estudo aponta que zerar emissões do setor elétrico não impactaria PIB e renda no país

Ao contrário da percepção existente, a transição para uma matriz limpa não afetaria negativamente a economia.

O estudo Qual o impacto de zerar as emissões do setor elétrico no Brasil?, que acaba de ser lançado pelo Instituto Escolhas, mostra que a transição para um setor elétrico com zero emissões de carbono no Brasil até 2050 teria um importante papel na redução de emissões do setor de energia e praticamente não causaria impactos sobre o PIB e a renda familiar.

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A iniciativa teve como objetivo verificar a relevância e o impacto para o Brasil implementar seu compromisso internacional de reduzir emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), considerando as metas do setor elétrico, que visam ao aumento da participação de fontes renováveis não hídricas – como biomassa, solar e eólica – para, no mínimo, 23% da matriz elétrica brasileira até 2030.

Para isso, foram considerados cenários de crescimento econômico otimistas e pessimistas, além de contextos com zero emissão de carbono. Dessa forma, foi possível entender, em um primeiro momento, como a indústria brasileira irá se comportar no longo prazo e como isso pode afetar a estrutura da demanda de energia.

A partir disso, o estudo se propôs a responder quais seriam os impactos macroeconômicos e sociais de se implantar um setor elétrico de emissões zero no PIB, na renda, no consumo e gasto com eletricidade, nas emissões e no próprio setor.

O estudo levou em consideração a segurança energética no sistema, o que inclui questões relativas à intermitência das fontes de energia: disponibilidade de água para usinas hidrelétricas e térmicas ou de ventos para eólicas, por exemplo, incorporando o risco das mudanças climáticas. Para isso, o Instituto Escolhas fez uma parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que estimou especialmente para o estudo a potência complementar a ser instalada em cada um dos quatro cenários avaliados, de forma a garantir a segurança energética.

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A conclusão do Instituto Escolhas é que o custo da transição para uma eletricidade carbono zero sobre o PIB seria pouco significativo, menos de 0,2% em 2050. O mesmo acontece para a renda das famílias, com um impacto menor do que 0,5% em 2050.

Por outro lado, a redução nas emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico foi significativa: se as emissões do setor elétrico forem zeradas em 2050, haverá redução de 58,5 Mt CO2e, no cenário otimista para a economia, um valor maior do que as emissões da queima de gasolina em toda a frota nacional de veículos em 2010. Se considerado um cenário pessimista, a redução seria de 40,1 Mt CO2e, valor maior do que as emissões CO2e de resíduos de todo o Brasil em 2010.

O setor elétrico brasileiro já possui elevada participação de energias renováveis – 74% em 2015, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Ainda assim, as fontes solar, eólica e biomassa podem aumentar sua participação na matriz elétrica e substituir completamente as fontes fósseis nos cenários estudados, com a segurança energética do país garantida. As estimativas dos riscos das mudanças climáticas para a geração de energia ainda trazem incertezas, mas parece haver consenso de que a energia eólica no Brasil seria potencialmente beneficiada.

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No caso dos cenários desenvolvidos para este estudo, a energia eólica ganharia significativa importância e teria grande aumento da capacidade instalada (quase 80 GW totais instalados, ou 27% da capacidade instalada total em energia eólica, fonte potencialmente beneficiada pelas mudanças climáticas, no cenário otimista).

“O estudo ajuda a mostrar que a transição para um setor elétrico com emissões zero não trará maiores impactos econômicos ao Brasil, ao contrário da percepção existente. Isso se torna ainda mais importante quando se verifica que zerar essas emissões ainda significa uma grande ajuda para o país fazer a sua parte na luta contra as mudanças climáticas e o aquecimento global”, afirma Sérgio Leitão, diretor de Relacionamento com a Sociedade do Instituto Escolhas.

O sumário executivo do estudo está disponível aqui. Para a versão completa acesse aqui.