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Voluntários transformam a vida de famílias pobres com crianças doentes

Projeto prevê ações não só aos pacientes, mas também às suas famílias em condição de vulnerabilidade social

Ao perceber que boa parte das crianças carentes internadas nos hospitais públicos passa por um terrível ciclo de decadência até chegarem à morte, há dois anos a ONG Saúde Criança São Paulo vem desenvolvendo uma ação complexa para devolver a vida aos pequenos. Assim, o trabalho dos voluntários segue o princípio da saúde social – que tem por objetivo reestruturar a vida dessas famílias de baixa renda, através de um atendimento multidisciplinar de boa qualidade.

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Como muitas crianças internadas nos hospitais voltam aos leitos por diversos motivos (falta de alimentos, desemprego dos pais, moradia precária, entre outros), a missão da ONG é interromper estas etapas presentes na saúde pública (internação, alta, reinternação e morte), propondo um cenário melhor e mais esperançoso às crianças e suas famílias.

Os pacientes são encaminhados pela Santa Casa de Misericórdia, parceira da instituição. A partir da triagem realizada pela ONG, é traçado o Plano de Ação Familiar (PAF), com duração média de dois anos. O plano prevê ações para cada membro da família, em cinco áreas: assistência básica, cidadania, educação, geração de renda e moradia. Atualmente, das 50 famílias atendidas, 23% dos adultos passaram a trabalhar após entrarem no projeto, sendo que 38% tiveram aumento de sua renda familiar e 62% das mães demonstraram terem resgatado a cidadania.

De acordo com Vera Oliveira, responsável pela nobre ação em São Paulo, a falta de oportunidades e o risco social são os fatores mais agravantes para a saúde dos pequenos. ‘‘Na maioria das vezes, os motivos que levam a criança a adoecer e a voltar para o hospital dias depois de ter alta é a sua condição de vida precária. Acreditamos que, para curar uma criança, temos que garantir a saúde da família’’, afirma Vera Oliveira, que está à frente da instituição em São Paulo.

Uma das beneficiadas pelo projeto é Edna Ferreira, que precisou parar de trabalhar quando descobriu que uma de suas filhas tinha um tumor cerebral. Sem a renda de Edna, a família passou a viver apenas com o salário do marido, que somente conseguia bancar o aluguel. Assim, ao ingressar no projeto, a mãe começou a participar de um curso de costura e artesanato, e, ao longo dos meses, Edna passou a receber o benefício e também produz bolsas artesanais, que contribuem para a renda da delicada família.

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O projeto Saúde Criança foi criado há 22 anos pela médica Vera Cordeiro, no Rio de Janeiro, e há dois anos atua na capital paulista. Desde o início dos trabalhos da ONG, a média de reinternação das crianças assistidas cai em 60%, enquanto a renda das famílias cresce em torno de 35%. Com mais de 20 prêmios internacionais, a Saúde Criança foi eleita como a melhor ONG da América Latina em 2012 e 2013.

Redação CicloVivo

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