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Som da Amazônia brasileira é o que menos sofre interferência humana, afirma ecologista

O artista italiano Gabo Guzzo apresentou em Londres o ambiente sonoro do lugar onde se tem menos interferências de sons gerados pelo homem no mundo. Seu trabalho é baseado nos registros do ecologista sonoro norte-americano Gordon Hempton.

O artista italiano Gabo Guzzo apresentou em Londres o ambiente sonoro do lugar onde se tem menos interferências de sons gerados pelo homem no mundo. Seu trabalho é baseado nos registros do ecologista sonoro norte-americano Gordon Hempton.

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Guzzo apresentou a instalação “The Quietest Place in the World", na galeria Bearspace. Os estudos do ambiente sonoro do planeta realizado por Hempton já vêm sendo desenvolvidos há mais de três décadas. Assim, o artista aproveitou um longo trecho de som gravado pelo ecologista sonoro americano, por sua experiência e importância nesta área.

Hempton acredita que a Amazônia brasileira seja, provavelmente, o único lugar do mundo onde ainda há silêncio natural por muitas horas. Este local se encontra mais especificamente no Camp 41. "Nos EUA, há 12 lugares em que você pode ter até 15 minutos sem interferência. Na Europa, isso praticamente desapareceu", diz o pesquisador.  Ele afirma ainda que deu três voltas inteiras no planeta nos últimos 30 anos para recolher amostras de som.

O italiano busca destacar este trabalho. "É uma evidência da extinção destes lugares, da voz original do planeta", alertou Guzzo, em entrevista à BBC Brasil. O trabalho baseia-se nas mudanças radicais que a raça humana inflige em seu ambiente. Esta peça é um desenvolvimento de sua pesquisa na busca do significado contemporâneo da natureza humana e da tensão entre natureza e cultura.

A obra do artista concentra-se em diversos aspectos relacionados à ação coletiva sobre o planeta, a humanidade e a interconexão. "As implicações podem ser sentidas a nível social, cultural e econômico e este fato surpreendente nos leva a considerar o impacto das ações coletivas da humanidade sobre o planeta e o nosso futuro”.

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Na instalação, os visitantes precisam deitar em um colchão redondo e ouvirem os sons amazônicos com fones de ouvido. “Uma experiência sensorial única", define o artista.

Segundo Hempton há de 200 a 300 lugares em todo o planeta onde é possível ficar por 15 minutos sem ouvir nenhum ruído gerado pelo homem, já em períodos prolongados o número de locais é bem mais reduzido. “Se considerarmos um limite de 3 horas, há 15 lugares (desse tipo) que eu saiba em todo o planeta. E se tentarmos achar um lugar que é naturalmente silencioso por seis horas, só há um, no coração da Amazônia brasileira, onde gravei este som usado por Guzzo", conclui. Com informações da BBC.

Redação CicloVivo

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