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Situação do Cantareira poderia melhorar com recuperação de pastagens

A vegetação protege o solo contra o impacto da chuva, evitando erosão e acúmulo de sedimentos.

Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a existência de água no Sistema Cantareira depende diretamente da recuperação de áreas de pastagens no local. Segundo o autor da pesquisa, Oscar Sarcinelli, paisagens cobertas por vegetação têm maior capacidade de proteger o solo contra o impacto da chuva.

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“O objetivo da pesquisa foi analisar medidas direcionadas à conservação da água na região do Sistema Cantareira”, explicou Sarcinelli. “Há várias propostas: recuperar as matas ciliares, construir novos reservatórios, fazer transposição dos reservatórios do rio Paraíba do Sul para o Cantareira”, disse ao referir-se às propostas que exigem muito dinheiro e tempo. Os pastos são uma realidade da região e, por isso, sua melhoria foi uma das alternativas estudadas por ele.

O especialista explica que terrenos sem vegetação propiciam erosão e deslizamento de sedimentos. Todos os anos, mais de 260 mil toneladas de sedimentos vão para o fundo dos reservatórios, rios e córregos que formam o Cantareira. A sedimentação implica a piora da qualidade de água, diminuição do tempo de vida útil dos reservatórios e ampliação dos custos de tratamento da água.

Segundo Sarcinelli, caso haja a recuperação de 88 mil hectares de pastos, que ocupam 38% da área total do sistema, a taxa de sedimentação cairia 30%. Se, além da pastagem, as matas ciliares, aquelas localizadas às margens dos rios, também fossem recompostas, a taxa cairia 44%.

A pesquisa ressalta que a existência de vegetação traz um grande benefício: boa parte da água da chuva se infiltra no solo, o que alimenta os lençóis freáticos. Mais tarde, quando não houver chuva, a água subterrânea continuará fluindo para as represas.

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Sarcinelli concluiu que o simples manejo dos pastos tem papel importante, e de menor custo, para a conservação dos reservatórios do Sistema Cantareira. O emprego de uma pecuária mais intensiva, com menos área para criação do rebanho e pastagens mais densas, não só contribuiria para a sustentabilidade dos reservatórios, como aumentaria a produtividade do setor.

Camila Boehm – Agência Brasil

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