Sabesp quer aumentar em 10,7% capacidade de Cantareira com nova reserva técnica
Companhia garante abastecimento até março de 2015. Falta estudos operacionais para proposta ser aceita.
Companhia garante abastecimento até março de 2015. Falta estudos operacionais para proposta ser aceita.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que o início da captação da segunda cota da reserva técnica, o chamado volume morto, aumentaria em 10,7 pontos percentuais a capacidade do Cantareira. O nível dos reservatórios desse sistema registra quedas contínuas e chegou hoje a 7,8% da capacidade. Há um ano, o nível era de 42%.
De acordo com a Sabesp, a obra para captação da segunda cota, que foi autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), está em andamento e fornecerá 106 bilhões de litros ao sistema. Segundo o Daee, a Sabesp solicitou permissão para o início da captação, mas não conseguiu autorização do departamento, já que faltou estudo operacional. A ANA também exigiu a entrega de um Plano Operacional dos Reservatórios, o que a Sabesp ainda não fez.
Conforme nota da companhia, a água da segunda cota será usada apenas se houver necessidade. Acrescenta que o fornecimento à população está garantido até o próximo ano. “Na remota hipótese de não chover uma gota na próxima estação chuvosa, está garantido o abastecimento até março de 2015, quando estará consolidado o próximo período de chuvas”, ressalta o documento.
O Cantareira, que fornece água para nove milhões de pessoas na Grande São Paulo e para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, sofre a maior falta de chuva de sua história. Em maio, teve início o uso da reserva técnica, que acrescentou 182,5 bilhões de litros de água, equivalente a 18,5%, sobre o volume total do sistema.
Na última sexta-feira (19), a ANA se retirou do Grupo Técnico de Assessoramento para a Gestão do Sistema Cantareira, criado em fevereiro para discutir a crise hídrica e também integrado pelo Daee e pela Sabesp. A agência discordou do governo paulista sobre a ausência de recomendações de vazões a serem praticadas.