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Rio+20: Brasil é o país que registra maior número de ativistas mortos em 10 anos

A ONG Global Witness realizou um estudo que comprova os altos índices de assassinatos de ativistas que defendem a proteção às florestas. Na última década foram registradas 711 mortes, somente no Brasil 365 pessoas morreram nessas condições.

A ONG Global Witness realizou um estudo que comprova os altos índices de assassinatos de ativistas, jornalistas e membros de comunidades que defendem a proteção às florestas. Na última década foram registradas 711 mortes, somente no Brasil 365 pessoas morreram nessas condições.

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O estudo “Uma crise oculta”, apresentado na Rio+20, serve de alerta para um enorme problema no cuidado ambiental, com destaque para a cultura de impunidade em torno da violência, falta de informação, fiscalização e relatórios de acompanhamento do problema em nível nacional e internacional. Além disso, é necessário atentar para a possibilidade de haver participação governamental ou do setor privado em muitos desses assassinatos registrados.

“Esta tendência aponta para a batalha global cada vez mais acirrada por recursos e apresenta uma imagem mais nítida às autoridades reunidas na Rio+20. Mais de uma pessoa está sendo morta semanalmente por defender os direitos da terra e das florestas”, declarou Billy Kyte, militante da ONG.

A pesquisa foi concluída com base em dados coletados em comunidades, organizações, trabalhos acadêmicos e banco de dados on-line. Através deste estudo foi possível identificar que os países com maior incidência de ativistas assassinados são: Brasil, Colômbia, Peru e Filipinas. Já na República Democrática do Congo, Camboja e Indonésia a preocupação é direcionada a uma possível participação do setor privado nas ocorrências.

 Outro ponto destacado pela pesquisa diz respeito à impunidade, que ocorre em muitos dos locais em que os assassinatos foram registrados. Em poucos casos os agressores foram condenados.

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As causas para esses altos números de mortes estão ligadas diretamente aos interesses econômicos quanto ao uso da terra. Aumento do agronegócio, exploração madeireira, mineração e hidrelétricas são apontadas como razões principais para os assassinatos. O estudo cita também a pobreza e marginalização em comunidades que dependem da terra para subsistência.

A publicação é finalizada com um recado direto aos governos, que devem garantir que ativistas possam falar sem medo de serem perseguidos. Além disso, as autoridades precisam fiscalizar os projetos com o intuito de não aprovar negócios que venham a prejudicar as florestas.

Thaís Teisen – Redação CicloVivo

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