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Recuperação da Mata Atlântica custa apenas 0,01% do PIB brasileiro, diz estudo

A proposta apresentada é de que o governo desenvolva um sistema nacional e integrado de pagamento por serviços ambientais.

Garantir a preservação da Mata Atlântica não é tão caro quanto muitos imaginam. De acordo com o estudo produzido pela pesquisadora brasileira Cristina Banks-Leite, da professora da Imperial College de Londres, seria necessário investimento de apenas 0,01% do PIB nacional para este fim.

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A proposta apresentada pela cientista é de que o governo desenvolva um sistema nacional e integrado de pagamento por serviços ambientais. Esta recompensa deve garantir a preservação de, ao menos, 30% da cobertura vegetal. O cálculo do investimento, conforme publicado na revista científica Science, seria aplicado em 37 mil áreas de mata atlântica e significa o equivalente a R$ 445 milhões. Pode parecer muito, mas corresponde a apenas 6,5% do que é destinado aos subsídios agrícolas.

O estudo garante que a mudança não causaria prejuízo aos produtores, nem em termos de produtividade e nem financeiramente, já que a área que deixada de ser usada para o plantio seria recompensada pelo investimento governamental. Pelo contrário, a própria agricultura poderia ser beneficiada pela preservação das espécies e pelos serviços ambientais que elas realizam, como a polinização, por exemplo.

As 37 mil áreas consideradas por Cristina nessa proposta são locais em que os produtores já mantêm áreas de preservação de 20% e que já possuem certa quantidade de animais e plantas vivendo ali. Isso facilitaria a recuperação, tornando-a mais simples e eficiente.

Em entrevista à Veja, a cientista esclarece que o investimento seria ainda menor com o passar do tempo. Após três anos de funcionamento, a floresta já é capaz de se manter sozinha. Assim sendo, o governo reduziria o investimento, para manter apenas a recompensa paga aos agricultores. “A partir do quarto ano seria possível restaurar outras áreas de Mata Atlântica com o investimento inicial, então, essa é uma estratégia que pode ser adaptada à medida que o tempo for passando”, informou Cristina, que está otimista com a possibilidade. “Eu acho que existe interesse político e dinheiro disponível no momento, então é um momento propício”, conclui.

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Redação CicloVivo