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Projeto ensina técnicas simples de saneamento à comunidade em Sergipe

As alternativas acessíveis e de baixo custo são implementadas através do projeto “Frutos da Ilha”.

A comunidade pesqueira da Ilha Grande, no município de São Cristóvão, em Sergipe, recebeu, há três anos, energia elétrica. Mas, o local ainda não possui estrutura de saneamento básico. Para minimizar este problema, a ONG Sahude tem ensinado técnicas simples para o tratamento e aproveitamento da água.

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As alternativas acessíveis e de baixo custo são implementadas através do projeto “Frutos da Ilha”, executado pela ONG Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (Sahude). Através de cursos de capacitação sobre Educação Ambiental, a comunidade local vem aprofundando princípios da permacultura e da agroecologia, visando a construção de tecnologias sociais apropriadas para solucionar ecologicamente dificuldades com o ciclo da água.

“O potencial produtivo da Ilha Grande é atualmente limitado por conta de alguns problemas ambientais, mas o principal deles é a dificuldade no acesso à água de qualidade. O ‘Frutos da Ilha’, portanto, é resultado de reflexões coletivas sobre ações conjuntas e integradas que visam a segurança hídrica, a soberania alimentar e o desenvolvimento econômico e sustentável dos moradores da Ilha”, explica o coordenador geral do projeto, Guilherme Belchior.

Segundo a pescadora e agricultora Maria Madalena Santos, há muito tempo a população da Ilha Grande espera por ações que melhorem a produção local. “Muita gente que quer melhorar de vida sai da ilha. Mas e as pessoas que não querem sair? Aqui é o nosso lugar, é onde crescemos e onde gostamos de viver. E não basta ter um lugar pra dormir e plantar, é preciso que a gente tenha melhores condições. Estamos muito felizes por essa oportunidade que acaba de chegar”, afirma Madalena.


Foto: Divulgação

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Tecnologias Sociais

Na etapa inicial de execução do projeto, já foram realizados cursos de Permacultura, Agroecologia e Segurança Alimentar e Segurança Hídrica junto à comunidade, oportunidades em que foram debatidas possibilidades que envolvem noções de bioconstrução, autonomia produtiva, consumo consciente da água e os impactos ambientais causados pela poluição do rio e dos lençóis freáticos. O próximo passo é a realização dos cursos de Saneamento Ecológico para a construção do círculo de bananeiras e da Bacia de Evapotranspiração.

O círculo de bananeiras é utilizado para tratar as águas usadas em casa (pias, tanques e chuveiros), além de beneficiar a produção de bananas em escala humana. “O trabalho começa com a construção de um buraco, em forma de concha, com um metro cúbico de volume, preenchido por tocos de madeira, gravetos e palha, que terão a função de filtrar a água. Ao redor do buraco, plantamos mudas de bananeira que farão o trabalho da evaporação da água depositada”, explica Guilherme Belchior.

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“Já a Bacia de Evapotranspiração ou ‘fossa de bananeira é um sistema fechado de tratamento de águas negras, provenientes da descarga de sanitários convencionais, que não gera nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático. Nele, os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas, e a água só sai por evaporação também com a ajuda de bananeiras, portanto completamente limpa”, complementa o coordenador do projeto.

Ilha Grande

Localizada no estuário do rio Vaza-Barris, a Ilha Grande possui uma população estimada em 70 pessoas, que vivem basicamente da pesca fluvial e pequena agricultura de sobrevivência baseada na produção de mangas. Há cerca de três anos, a comunidade recebeu energia elétrica, mas ainda falta muito para que possua o saneamento básico ideal. Seu único meio de transporte é fluvial entre a Ilha e o continente, o povoado Pedreiras, distante da sede do município sete quilômetros.