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Preocupações com as mudanças climáticas dividem opiniões no setor de mineração

As empresas do setor de mineração estão adotando uma postura de avaliação e cautela em relação às ações que envolvem a sustentabilidade, revela pesquisa da KPMG Internacional.

As empresas do setor de mineração estão adotando uma postura de avaliação e cautela em relação às ações que envolvem a sustentabilidade, revela pesquisa da KPMG Internacional.

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O estudo – que ouviu empresas do setor de mineração sediadas na América do Norte, região da Ásia Pacífico, África, Oriente Médio e América do Sul, e de seus sub-setores, como carvão e metais – mostra que algumas das companhias do segmento já implementaram medidas de sustentabilidade, enquanto em outros casos há falta de progresso em decorrência das dificuldades em se construir um plano de negócios que seja tangível.

A pesquisa ainda mostra uma surpreendente diversidade de opiniões entre os executivos seniores sobre as mudanças climáticas e as melhores estratégias para lidar com a sustentabilidade e as questões regulatórias. 

Seguem abaixo os destaques da pesquisa:

• Menos de 20% dos entrevistados afirmaram que as mudanças climáticas são um importante impulsionador das novas iniciativas da organização.

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• Entretanto, de forma contraditória, apenas 19% acreditam que as mudanças climáticas não irão afetar financeiramente seus negócios, com um número muito maior, 33%, indicando que o impacto das alterações do clima irá aumentar de maneira significativa o seu custo de operação. Ao mesmo tempo, 48% disseram que suas companhias ainda não quantificaram o custo potencial das mudanças climáticas em seus negócios.

• Aproximadamente 60% afirmaram que suas organizações não implementaram alterações estruturais para lidar com questões relacionadas às mudanças climáticas, e apenas 30% estão de alguma maneira dispostas a mudar suas políticas para resolver esta questão. 

• Mais de 60% das companhias não fazem seu inventário de emissões e não incluem as mudanças climáticas nas suas relações com fornecedores e consumidores. E 28% das organizações tentam sensibilizar seus stakeholders sobre as mudanças climáticas por meio de discussões informais.

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• 56% afirmaram que querem tanto continuar com seus atuais investimentos quanto proativamente investir em novos projetos ambientais para responder as questões das mudanças climáticas. Entretanto, 35% desejam esperar por melhores sinais do mercado.

De acordo com os especialistas da KPMG, a indústria de mineração poderia considerar como parte das suas estratégias de negócio uma série de ações em relação às mudanças climáticas. As mudanças climáticas devem fazer parte das políticas corporativas, novas iniciativas, aquisições e relações com fornecedores e parceiros das empresas. Deve-se desenvolver uma estratégia que identifique e, se possível, quantifique tanto as oportunidades quanto os riscos associados às mudanças do clima.

Além disso, também é importante monitorar legislações futuras e regulamentações envolvendo o assunto, e manter um diálogo permanente com as partes interessadas como fornecedores e parceiros sobre as questões importantes de sustentabilidade. Recentemente, como consequência da lei Dodd-Frank nos Estados Unidos, a própria SEC (órgão regulador do mercado de capitais norte-americano) estabeleceu regras de divulgação às empresas abertas, com destaque às de mineração, sobre os aspectos ambientais. Decisões semelhantes em outros países também são esperadas.

Desta forma, os atores pró-ativos do setor já estão medindo as suas emissões e se preparando para um cenário cada vez mais restritivo em termos de emissão de gases de efeito estufa.

A cada ano, o Brasil vem detalhando mais o seu arcabouço legal  sobre o tema, e recentemente regulamentou os seus compromissos de redução de emissões voluntários, assumidos no ano passado em Copenhagen (Decreto 7.390 de 09.12.10), onde já são descritas algumas metas setoriais, em específico para os grandes processos emissores de nosso inventário nacional. Mesmo no âmbito internacional, apesar da indefinição sobre os detalhes de como os países desenvolvidos e emergentes irão distribuir entre si futuras restrições de emissão, ficou clara, na última conferência das Nações Unidas encerrada semana passada no México (COP-16) que existe um compromisso firmado de que não haja uma lacuna regulatória entre o primeiro (2008 – 2012) e o segundo (2013 – 2020) períodos de Kyoto.

Acompanhar de forma crítica o desdobramento destas iniciativas e respectivos riscos será de crucial importância para a continuidade das operações desta indústria e os seus gestores serão, cada vez mais, cobrados a fornecerem respostas adequadas a esta nova realidade.

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