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População pede que Fernando Haddad salve milhares de árvores em bairro de SP

O terreno com vegetação nativa ao redor do Parque Burle Marx está ameaçado pela construção civil.

Uma petição pede que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, desaproprie uma área privativa ao redor do Parque Burle Marx e transforme-a em um parque público.

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Os terrenos pertencem ao Fundo Imobiliário das construtoras Cyrela e Camargo Correia, e juntos somam aproximadamente 155 mil metros quadrados.

A faixa verde, à beira da Marginal Pinheiros, comporta mais de cinco mil árvores numeradas e catalogadas individualmente. Mesmo que seja considerada um patrimônio histórico tombado, a área pode ser substituída por torres e até mesmo um shopping. Caso saia do papel, o empreendimento será uma espécie de parede de concreto ao redor do parque.

Em abril deste ano, moradores do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, entraram com ação no Ministério Público Estadual para proteger a área de preservação ambiental ameaçada por empreendimentos imobiliários.


Imagem: Google Earth / Ricardo Cardim

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Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, o advogado Roberto Delmanto explicou, que já é possível perceber clareiras abertas em meio à floresta. Segundo ele, esse desmatamento em diferentes pontos é comum antes que as construtoras façam o pedido de licença. A justificativa é de que quando a prefeitura fizer as análises serão encontrados menos exemplares e menos espécies de árvores, o que facilita a autorização municipal.

Os moradores contam com fotos, vídeos e também com as plantas dos empreendimentos que estão planejados para o local.

A região onde está localizado o Parque Burle Marx é uma das últimas faixas de floresta nativa de Mata Atlântica que restou entre a represa de Guarapiranga e o Rio Pinheiros. Além disso, é um dos bairros mais nobres da cidade, gerando alto interesse imobiliário.

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O mestre em botânica Ricardo Cardim, que elaborou um laudo técnico sobre a biodiversidade do local a pedido de Delmanto, concluiu que a área avaliada contempla diversos elementos importantes da biodiversidade original da cidade de São Paulo.


Fotos: Acervo Ricardo Cardim / Blog Árvores de São Paulo

O documento destaca um elemento de grande valor ambiental e histórico para os paulistanos: os trechos remanescentes das várzeas e florestas inundáveis do Rio Pinheiros, que seriam os únicos sobreviventes dessa formação ecológica já tão dilapidada.

“Preservar tal área, em sua totalidade, é de suma importância como patrimônio ambiental, cultural e histórico que constitui, e se nos espelharmos na imagem da personalidade que batizou o parque adjacente ao terreno, Roberto Burle Marx, defensor e divulgador incansável da nossa biodiversidade, torna-se ainda mais emblemático e necessário o seu tombamento e preservação para aproveitamento das atuais e futuras gerações de paulistanos,” conclui o laudo do botânico.

Outra árvores já estão “desaparecendo” na região

Além da ameaça de destruição da biodiversidade em volta do Parque Burle Marx, outras áreas nas proximidades também já estão sofrendo desmatamento.

Para a implantação de um mega empreendimento imobiliário, serão construídas três novas faixas na Marginal Pinheiros e uma nova ponte. As obras já começaram e diversas árvores tanto das margens do rio, como nos canteiros de ambos os lados da Marginal Pinheiros já estão desaparecendo.

Algumas palmeiras-imperiais, plantadas há cerca de duas décadas em um dos canteiros já foram removidas. “Mesmo que sejam transplantadas – o que sempre é um risco para a sobrevivência dos exemplares, ainda mais nessa época de seca – perde-se a última paisagem bela e verde do lado direito das poluídas e congestionadas marginais do Rio Pinheiros. A aléia das palmeiras já fazia parte da vida de quem mora na região”, constata Cardim.


Fotos: Da esquerda para direita: Ricardo Cardim / Mayra Rosa / Mayra Rosa / Divulgação

“Se as promessas de “demolição” dessa preciosa região verde continuar nesse ritmo, em menos de 5 anos teremos apenas uma pequena ilhota de vegetação cercada por enormes grupos de edifícios com paisagismo exótico, emoldurados por uma ponte de concreto”, conclui o botânico em seu blog.

Clique aqui para acessar a petição online.