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Poluição do ar mata 8 milhões de pessoas ao ano e governos precisam agir

No Brasil, 90% da concentração de material particulado no ar é proveniente de veículos motorizados.

A poluição do ar é uma das principais causas de morte em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3,7 milhões de pessoas morrem anualmente devido à contaminação lançada ao ar livre, enquanto outras 4,3 milhões de mortes são resultantes de contaminação em ambientes mal ventilados.  

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No Brasil, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo para o Instituto Saúde e Cidadania mostra que a poluição atmosférica será a causa de 250 mil mortes nos próximos 15 anos, 25% delas somente na cidade de São Paulo. A concentração de material particulado no ar é proveniente em 90% de veículos motorizados e vai levar um milhão de pessoas a se hospitalizarem, causando gastos públicos na casa de R$ 1,5 bilhão.

No Rio de Janeiro, os números são igualmente ruins. A mortalidade atribuída à poluição do ar no período entre 2006 e 2012 ficou em 31.194 mortes. Já as internações alcançaram 65.102 na rede pública de saúde. Como resultado, houve um gasto público na ordem de R$ 82 milhões em internações que poderiam ter sido evitadas caso os níveis de poluição não fosse tão altos.

Em outros países em desenvolvimento os números são ainda piores. Índia e China disputam o título de países com maiores níveis de poluição atmosférica no mundo. Um estudo da OMS indicou que a Índia sozinha tem 13 das 20 cidades mais poluídas do mundo. Outro estudo, da Universidade de Chicago, mostrou que os 660 milhões de indianos mais expostos à contaminação atmosférica poderiam viver três anos mais se o ar que respiram atendesse pelo menos aos padrões nacionais.

O físico e especialista em energia Delcio Rodrigues explica que vários dos elementos causadores da poluição atmosférica são os mesmos que provocam as mudanças climáticas, como por exemplo o CO2 e outros gases de efeito estufa emitidos pelo uso de combustíveis fósseis. Ele chama a atenção para o fato de que são os mais pobres, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em vias de desenvolvimento, que sofrem mais os efeitos da poluição.

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“Nos países mais pobres, inclusive, as doenças e mortes causadas pela poluição atmosférica estão já tão difundidas que acabam afetando a todas as classes sociais”, destaca Rodrigues. “Contribui para isso o temor de muitos governos de elevar os custos de monitoramento da qualidade do ar e de implantação de medidas de contenção e a falta de vontade política de tomar as medidas necessárias para impedir esta catástrofe.”

A própria OMS destaca o fato de que são necessárias medidas integradas em todos os níveis de governo, do local ao nacional, além de definições e acordos no âmbito internacional. Cortar as emissões do transporte urbano, por exemplo, vai envolver prefeitos, planejadores locais e políticas nacionais trabalhando coordenadamente para investir em fontes de energia renováveis e que ao mesmo tempo tenham baixa emissão de poluentes.

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