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Pesquisa sugere que espécies de bonobo e chimpanzé constituem caráter do ser humano

Pesquisadores afirmam que o mapa genético do macaco bonobo é 98,7% igual ao humano. O estudo foi publicado na revista "Nature" e acredita-se que ele pode futuramente ajudar a entender como se deu a evolução da natureza.

Pesquisadores afirmam que o mapa genético do macaco bonobo, da espécie Pan paniscus, é 98,7% igual ao humano. O estudo foi publicado na revista "Nature" e acredita-se que ele pode futuramente ajudar a entender como se deu a evolução da natureza.

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De acordo com os cientistas, esta espécie está tão próxima do ser humano quanto o chimpanzé. Ele é mais pacífico e ainda é pouco conhecido. As duas espécies também compartilham a mesma porcentagem (98,7%) do mapa genético com os seres humanos.

Os bonobos e os chimpanzés partilham 99,6% de seus genomas, afirma Kay Prufer,  geneticista do Instituto Max Planck, na Alemanha. Ele é um dos principais autores do artigo que relata as pesquisas realizadas. "Os seres humanos são um pouco como um mosaico dos genomas de bonobos e chimpanzés", afirmou Prufer.

Nos últimos anos, os pesquisadores têm realizados estudos com grandes primatas. Em 2005 foi mapeado o chimpanzé, em 2011 foi a vez do orangotango e, já este ano, o gorila.

Um aspecto interessante do estudo é relacionar estas espécies na questão bem ou mal dos seres humanos. Segundo o pesquisador Brian Hare, da Universidade Duke, os bonobos simboliza o lado do bem. Eles compartilham comida com estranhos, ficam perto de suas mães mesmo após a infância, o que demonstra um comportamento similar aos humanos. Já os chimpanzés fazem guerra, matam, não dividem o alimento com quem não conhecem, ou seja, este seria o lado mais egoísta dos seres humanos. Além disso, eles tendem a serem melhores no manuseio de ferramentas e terem cérebros maiores.

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Hare afirma que o bonobo não possui o “lado negro” dos seres humanos e questiona: "O genoma do bonobo é o segredo para a biologia da paz?". De acordo com ele, se as pesquisas fossem restritas a analisar os chimpanzés, a visão atual sobre a evolução humana seria distorcida.

Hare afirma também que os chimpanzés e os bonobos partilham o mesmo ancestral comum até um milhão de anos atrás. Logo que o rio Congo se formou, os bonobos se desenvolveram de um lado do rio, e os chimpanzés de outro. Desta forma, tornaram-se espécies diferentes. Este fato não era conhecido pelos cientistas há cerca de 90 anos.

"As cabeças dos bonobos são ligeiramente menores, e os seus dentes estão dispostos de forma diferente. No comportamento, os bonobos são muito mais tolerantes e mais sociais. Eles são excessivamente sexuais: em vez de liberar a tensão pela luta, eles se aninham repetidamente", disse Hare.

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O pesquisador afirma também que os chimpanzés ficam mais violentos quando envelhecem, diferente dos bonobos. Há pesquisadores, no entanto, que afirmam que Hare “romantizou” demais a espécie.

Idealizado demais ou não, o fato é que os bonobos são uma espécie ameaçada e vivem na região da República Democrática do Congo, devastada pela guerra. "Ironicamente os bonobos são do lugar onde as pessoas estão no seu pior", disse Hare. Com informações do G1.

Redação CicloVivo