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O mundo dividido pelas baleias

Começou nessa segunda-feira (21) a Comissão Baleeira Internacional (CBI), reunindo 88 países e já na sua 62ª edição, a reunião tem a idéia de definir de uma vez por todas o futuro das caças as baleias.

Começou nessa segunda-feira (21) a Comissão Baleeira Internacional (CBI), reunindo 88 membros e já na sua 62ª edição, a reunião tem a idéia de definir de uma vez por todas o futuro das caças as baleias.

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A reunião está fortemente dividida. Os principais países a favor da caça baleeira, que são a Noruega, Rússia, Dinamarca, Islândia e Japão, dizem estar dispostos a negociar cotas de regulamentação. Enquanto os países contra, representados principalmente pelos países da América Latina e Austrália, dizem que tais cotas são muito mais teóricas do que práticas, e propõem a eliminação total da caça às baleias.

"Nessa negociação, uma cota final zero é impossível de ser aceita pelo Japão" advertiu a Ministra adjunta da Agricultura japonesa, Yasue Funayama. O Japão quer o fim da moratória para a caça “científica” das baleias, defendendo a permissão de poder matar 400 baleias da espécie Minke nas águas do oceano Antártico entre 2011 e 2015, e entre 2015 e 2020 essas cotas diminuiriam para 200 espécies por ano.

Uma acusação muito comum é que essas matanças, chamadas de “científicas”, são muito mais fachada do que realidade, pois sob esse pretexto de caça científica, várias baleias são assassinadas para o comércio ilegal.

Um dos assuntos mais debatidos no CBI é a questão da moratória, vigente desde 1986. Desde que a moratória entrou em vigência, 35.000 baleias foram caçadas, antes dela nos anos 60, caçavam cerca de 70.000 baleias por ano.

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“A moratória é um sucesso, várias espécies estão se recuperando, mas é preciso manter o esforço", disse Jean-Benoit Charrassin, delegado da comissão científica da CBI. Afirmação essa que é atacada pelo Japão, Noruega e Islândia que desrespeitam a moratória. Os EUA declararam que vão opor-se a qualquer proposta que levante a moratória internacional à caça comercial.

O comissário norueguês Karsten Klepsvik se diz pessimista sobre um consenso. “A maioria dos países contrários à caça parecem dispostos a aceitar nada além de uma cota de caça zero", declarou o norueguês. Já o representante mexicano Lorenzo Rojas disse que o grupo latino-americano "esteve mais que disposto a negociar, mas enquanto as cotas não forem reduzidas significativamente ou o oferecimento de reduzi-las venha das cotas teóricas e não das que realmente se caçam, não há muito que falar".

O Brasil se posicionou do lado dos conservadores da moratória e mostrou-se cético quanto às cotas propostas.  O diplomata brasileiro Fábio Pitaluga, principal negociador do Brasil na CBI declarou: “Claro que estamos abertos a negociar, mas o que querem de nós equivale a fazer uma série de concessões imediatas sem que ofereçam contrapartida (…). De onde virão os observadores internacionais? Como serão pagos? Tudo isso ainda está no ar."

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Parte dos resultados dessas negociações saem ainda nesta quarta-feira (23).

Com informações das agências AFP, EFE e Reuters