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Morador transforma calçada usada como depósito de lixo em jardim

Flores e arbustos deram nova vida ao local agora considerado cartão-postal da rua e espaço de convivência dos vizinhos.

Voluntário jardineiro Jocélio Padilha transformou em jardim calçada usada como depósito de lixo em trecho da rua Ary Taborda, no Ganchinho, nos conjuntos habitacionais Novo Bairro I e Novo Bairro IV . Curitiba, 04/04/2017 Foto:Rafael Silva/Cohab

Um trecho da rua Ary Taborda, no Ganchinho, poderia ser apenas o que delimita os conjuntos habitacionais Novo Bairro I e Novo Bairro IV, em Curitiba, não fosse a ação de um jardineiro voluntário. Jocélio Padilha, de 42 anos, transformou em jardim florido e colorido um espaço que antes era usado como depósito de lixo e entulhos. Flores e arbustos deram nova vida ao local agora considerado cartão-postal da rua e espaço de convivência dos vizinhos.

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O jardim tem 40 metros de extensão e foi construído na calçada de um condomínio de 112 apartamentos. As espécies escolhidas por Jocélio foram sálvias vermelhas, tajetões amarelos, liríopes, vincas e buxinhos. Porém, a intenção do jardineiro é variar as flores, garantindo a beleza do espaço em todas as estações do ano.

Jocélio mora com a mulher e o filho em um dos sobrados do conjunto Novo Bairro I e construiu o jardim para comemorar a mudança de vida a partir da moradia. A família vivia em uma casa muito precária, em área de ocupação irregular e, em 2011, foi reassentada para o empreendimento que faz parte de um complexo habitacional no Ganchino, na Regional Bairro Novo.

A mudança para a casa própria, conta Jocélio, trouxe perspectivas de um recomeço com mais dignidade, com infraestrutura e a oferta de serviços que garantem melhor qualidade de vida para a família. “Na beira do rio não tinha como planejar o futuro, não dava para investir no que não era nosso. Agora é diferente, somos os donos, temos orgulho de melhorar uma coisa que é da gente”, diz o jardineiro.

Funcionário de uma empresa de paisagismo, Padilha planejava com a mulher, Elizia Belchior, de 43 anos, o dia em que seria possível cultivarem seu próprio jardim. Duas razões motivaram a criação do jardim na rua, no espaço público. A transformação no modo de viver, com segurança e conforto e a gratidão aos vizinhos que permitiram que ele ocupasse como canteiro de obras o espaço agora transformado em jardim.

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Nas horas de folga, ele e a família trabalharam para ampliar a cozinha, construir mais um quarto e valorizar a fachada da residência. Os materiais e as ferramentas usados na reforma ficavam guardados na calçada, agora transformada em jardim. “Eu me comprometi com a turma que depois que acabasse de melhorar o meu sobrado deixaria o espaço limpo e bem cuidado. O jardim é um presente para os vizinhos, mas também é um convite para as pessoas ajudarem a cuidar desse lugar que é nosso e que pode ficar cada vez melhor se todos fizerem sua parte”, diz ele.

A construção do jardim levou cinco meses e também foi feita nos intervalos do serviço. Logo que enfiou as mãos na terra, o jardineiro provocou a motivação de parte dos vizinhos que quiseram colaborar. Alguns contribuíram com dinheiro para aumentar o número flores plantadas ou para comprar acessórios usados no paisagismo. Outros preferiram ajudar no plantio e aproveitaram para aprender sobre jardinagem com o vizinho experiente.

A enfermeira Magali Della Grustina foi uma das colaboradoras. Investiu financeiramente e acompanhou de perto todas as etapas, da limpeza do terreno ao plantio das mudas. “O jardim valorizou a nossa rua e todo muito ficou com orgulho de morar aqui”, disse Magali. O filho Jean, de 13 anos, ajudou orientando as crianças da redondeza a protegerem as flores. “No começo a turma vinha arrancar, corriam por cima e quebravam os galhos, mas agora estão vendo que se cuidarem fica bonito para todo mundo”, conta, com orgulho, o adolescente.

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Foto:Rafael Silva/Cohab
Foto:Rafael Silva/Cohab

As informações são da Prefeitura de Curitiba.