Jovens de SP se unem para transformar áreas degradadas em jardins

Sair por aí plantando em áreas abandonadas pode parecer loucura, mas não é. Isso é justamente o que um grupo de amigos de Mococa, no interior de SP tem feito. Esta ideia é a essência por trás de uma prática revolucionária conhecida mundialmente como Jardinagem de Guerrilha.

O primeiro plantio desse tipo aconteceu em Nova York, na década de 70. Desde então a ideia se espalhou pelo mundo e ganhou novas versões e adeptos de todas as idades. A experiência dos jovens paulistas é mais recente. O grupo começou a se articular em agosto deste ano e até agora já foram realizados seis atos.

Os plantios são organizados secretamente e, quando as pessoas menos esperam, terrenos abandonados e áreas degradadas são transformados em jardins com plantas decorativas ou espécies frutíferas. Guilherme Ferracioli foi quem teve a ideia de criar o movimento Jardins Subversivos em Mococa. Inspirado nas guerrilhas internacionais, ele chamou os amigos e logo partiram para a ação.

As mudas são fornecidas por uma ONG local e todo o restante vem do próprio suor dos integrantes do grupo. O esforço tem objetivos que vão além do embelezamento da cidade. Segundo Ferracioli, a proposta é alertar sobre a urgência de mudanças e mostrar que existem alternativas. Para isso, é preciso colocar a mão na massa. “Só a juventude engajada pode mudar o seu próprio futuro e evitar que o planeta se torne inabitável”, explicou o jovem, em entrevista ao CicloVivo.

Mesmo tendo pouco tempo de existência, o projeto já tem feito barulho na cidade. Pessoas influentes veem as mudanças e compartilham fotos no Facebook e quando as pessoas passam pelos locais durante os atos, muitas se oferecem para participar e elogiam a iniciativa. O trabalho já alcançou até outros estados. Os Jardins Subversivos de Mococa serviram de incentivo para a criação do movimento carioca “Jardins Subversivos do RJ”, que deve trabalhar a partir da mesma proposta: engajar jovens, conscientizar e deixar a cidade ainda melhor.

Mesmo que plantar seja uma tarefa desgastante, o sentimento que brota depois de um ato é o combustível necessário para que a missão continue. Os jovens garantem que na sequência do plantio vem a sensação de dever cumprido. “É extremamente gratificante estar lá plantando e sendo a mudança que queremos ver neste mundo”, comemora Ferracioli.

Se você já pensou em fazer algo desse tipo, mas ainda não teve coragem ou não soube por onde começar, eles dão a dica: “Unam-se com seus amigos, parentes e vizinhos. Façam-nos ver que vale a pena lutar pela mãe natureza e que, através dessa luta, nós iremos nos tornar cada vez mais dispostos a transformar este planeta e a nós mesmos”.

Por Thaís Teisen – Redação CicloVivo