Intervenções urbanas mudam a paisagem do Rio Pinheiros
Três obras do artista Eduardo Srur poderão ser vistas às margens do rio Pinheiros.
Três obras do artista Eduardo Srur poderão ser vistas às margens do rio Pinheiros.
Durante o mês de setembro, quando se comemora o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, o Rio Pinheiros será palco da exposição “Às Margens do Rio Pinheiros”. A iniciativa, que começará a partir do dia 19 e durará até meados de novembro, receberá diversas intervenções urbanas idealizadas pelo artista visual Eduardo Srur.
A realização é da Oscip Águas Claras do Rio Pinheiros e Attack Intervenções Urbanas, com patrocínio da Coca-Cola FEMSA Brasil e AES Eletropaulo, e tem como objetivo despertar a atenção da população sobre o tema água e a importância da recuperação deste rio e seus afluentes para a cidade de São Paulo.
Três obras poderão ser vistas às margens do rio Pinheiros: Trampolim, que estará nas pontes Morumbi, Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo, Eusébio Matoso e Cidade Universitária, com manequins realistas contemplando a paisagem sobre trampolins azuis, instalados nas arquiteturas de passagem; Portal, na qual haverá duas grandes instalações concebidas com esculturas e alegorias utilizadas em desfiles de escolas de samba de São Paulo, instaladas na foz dos córregos Uberaba e Jaguaré; e Hora da Onça Beber Água, que fará alusão a um dos principais símbolos da fauna brasileira, a onça, em risco de extinção, representada por infláveis gigantes colocados nas margens do rio.
As obras estarão visíveis às margens do rio Pinheiros e a visitação do inflável poderá ser feita pela ciclovia da marginal Pinheiros e a linha Esmeralda da CPTM, que percorre a margem direita do rio. Através de uma parceria com a Enova Solar, as estruturas serão abastecidas por um sistema solar fotovoltaico que irá gerar energia elétrica para compensar o consumo das obras de arte durante o período de exposição.
Foto: Divulgação / Enova Solar
A mostra trará, ainda, atividades culturais e educativas, como Expedições, coordenadas pela Águas Claras do Rio Pinheiros com os alunos das escolas públicas da região. Serão cerca de 1,6 mil crianças e jovens que aprenderão mais sobre as águas do entorno de cada uma das suas escolas, conhecerão a foz desses locais no Rio Pinheiros e percorrerão, num trajeto interpretativo, a paisagem de segmentos da Bacia Hidrográfica. Os alunos também conhecerão o Eduardo Srur e terão a oportunidade de entender o seu processo criativo e as relações entre arte, vida e cidade.
Para Srur a exposição será lúdica e provocará o olhar do público para este espaço, que insiste em permanecer invisível para a sociedade. “Mesmo com milhares de pessoas cruzando suas águas e sentindo o mau cheiro todos os dias, o rio ainda fica imperceptível na rotina corrida que temos. A arte tem a capacidade de reativar a consciência coletiva e aproximar as pessoas para uma nova realidade. A ciclovia foi o primeiro passo para isso".
Stela Goldenstein, diretora executiva da Águas Claras do Rio Pinheiros, acredita que o projeto artístico favorece o debate sobre as origens da degradação deste rio, assim como permite uma mobilização positiva na direção de medidas permanentes, sistemáticas e inovadoras para a sua recuperação. “A Águas Claras vem discutindo alternativas tecnológicas, identificando as oportunidades de intervenção dos governos, as lacunas na articulação entre os órgãos públicos, a fim de superar as dificuldades e viabilizar sua implementação".
Imagem: Eduardo Srur / PORTAL, 'As Margens do Rio Pinheiros' 2014 – São Paulo
De acordo com Ana Flávia Rodrigues, gerente de Comunicação Externa e Sustentabilidade da Coca-Cola FEMSA Brasil, na cidade de São Paulo, o tema sustentabilidade é uma pauta urgente e de interesse coletivo. “Somente por meio de mobilizações conjuntas entre órgãos públicos, empresas privadas, organizações não governamentais e sociedade civil, conseguiremos viabilizar as melhores soluções para a cidade. Este projeto é um ótimo exemplo de iniciativa, chamando a atenção da sociedade para as águas urbanas, questão ambiental muito importante e presente no dia-a-dia dos paulistanos, mas que passa despercebida pela maioria das pessoas”.
Para Luciana Alvarez, gerente de sustentabilidade do grupo AES Brasil, do qual faz parte a AES Eletropaulo, o projeto vai ao encontro das atuais discussões e necessidades da sociedade. “As obras de Eduardo Srur estimulam a população a refletir sobre suas responsabilidades em relação ao uso das águas e a outros recursos naturais e a pensar na importância em preservá-los. Atitudes individuais, somadas a políticas públicas, podem contribuir para uma sociedade mais sustentável”.
O projeto está aberto, paralelamente, para financiamento coletivo, por meio de um fundo cultural que recebe o suporte de pessoas que se engajem na iniciativa, para que a exposição cresça em mais locais do rio Pinheiros. O artista disponibilizará parte do seu acervo pessoal como recompensa para aqueles que apoiarem a ação. Para participar e ver quais itens estarão disponíveis, basta clicar aqui.