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Influência humana no clima é evidente, afirma novo relatório do IPCC

Uma das conclusões afirma que a última década foi a mais quente desde 1850.

Foi lançada nesta sexta-feira (27), a primeira parte do quinto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU). O grupo esteve reunido ao longo dessa semana em Estocolmo, na Suécia, junto a representantes de governos de 195 países.

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Em seu relatório, o IPCC concluiu que é extremamente provável que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século 20. A evidência desse fato cresceu graças a maiores e melhores observações.

O aquecimento do sistema climático é evidente e desde 1950 muitas mudanças foram observadas em todo o sistema climático. Nas últimas três décadas, a superfície da Terra tem sido sucessivamente mais quente do que qualquer anterior desde 1850, relata o "Sumário para os Formuladores de Políticas" do IPCC.

"Nossa avaliação da ciência concluiu que a atmosfera e o oceano estão aquecendo, a quantidade de neve e gelo tem diminuído, a média do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa têm aumentado", afirma Qin Dahe, copresidente do relatório.

Para Thomas Stocker, também copresidente do estudo, a manutenção das emissões de gases de efeito estufa causará um maior aquecimento e mudanças em todos os componentes do sistema climático. "As ondas de calor, provavelmente, ocorrerão com mais frequência e durarão mais tempo. A tendência é vermos regiões úmidas com mais chuvas e regiões secas com menos, apesar de haver exceções", acrescenta.

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"Este primeiro estudo fornece importantes ‘insights’ sobre a base científica das mudanças climáticas. Ele fornece uma base sólida para considerações sobre os impactos das mudanças climáticas sobre os sistemas humanos e naturais e formas para enfrentar o desafio da mudança climática", afirma Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.

Avaliação da organização ambiental WWF

“Há poucas surpresas no relatório, mas o aumento da certeza sobre muitas das observações dos cientistas apenas valida aquilo que observamos ao nosso redor. Desde que o IPCC lançou o seu último grande relatório, em 2007, a perda de massas de gelo terrestre e o aumento do nível dos oceanos se acelerou de forma dramática, principalmente no verão Ártico, pois a perda de gelo é maior do que a projetada anteriormente”, afirma Samantha Smith, líder da Iniciativa Global de Clima e Energia da rede WWF.

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Em particular, os resultados que demonstram maiores impactos em nossos oceanos são altamente preocupantes, considerando-se que mais de um bilhão de pessoas depende deles como sua principal fonte de alimentos e sobrevivência.

Para o WWF-Brasil, as informações científicas contidas no balanço do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, lançado há algumas semanas, e agora neste relatório do IPCC, são mais do que suficientes para demonstrar ao governo brasileiro que as mudanças climáticas não podem mais ser tratadas como tema de segunda importância em políticas públicas.

“Temos de investir nos recursos abundantes de fontes renováveis de energia de baixo impacto que temos à nossa disposição, como a energia solar, eólica e de biomassa, em vez de colocar 70% dos nossos investimentos em combustíveis fósseis”, afirma Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

“Por ora, o Brasil segue na contramão da ciência e na contramão da história. Nosso país vem investindo continuamente em grandes planos para expansão da infraestrutura, da geração de energia, da agricultura e pecuária e no fomento à indústria que irão provocar aumento das emissões de gases de efeito estufa do país, hoje ainda um dos grandes poluidores do planeta”, conclui Rittl.