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Índios de SP ganham direito oficial por 15 mil hectares de Terra Indígena

A reivindicação dos indígenas da região começou em 2002, com o pedido de um estudo para a correção dos limites demarcados.

Índios protestam na avenida Paulista, em São Paulo, pela demarcação de terras

Com apoio da Prefeitura, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, assinou última semana a Portaria Declaratória de demarcação da Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul da cidade. A medida reconhece 15.969 hectares de área como integrantes constitucionais da Terra Indígena Tenondé Porã, beneficiando mais de 1.200 pessoas que vivem em seis aldeias das comunidades Guarani Mbya, sendo quatro da região de Parelheiros e duas no município de São Bernardo do Campo, no limite com a capital paulista.

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“Esse é um gesto que terá repercussão internacional. São poucas as metrópoles do mundo a fazer esse gesto de reconhecer o direito dos povos originários a essa altura, no século 21. E a cidade de São Paulo, passa a ter não uma, mas duas reservas indígenas”, afirmou o prefeito Fernanda Haddad, durante a assinatura do documento.

Historicamente, apenas a área de duas aldeias em Parelheiros estavam demarcadas, na década de 1980, com cerca de 26 hectares cada, o que configurava uma densidade populacional crítica, de 26 pessoas por hectare, e impedia a preservação de costumes como a pesca, caça, danças, cantos e o contato com o meio ambiente.

“Mais do que a terra, é a nossa cultura. Não podemos perder a nossa cultura e tradição, que é a língua, o canto, as danças, mas também o plantio tradicional, que se não tiver a terra, fica comprometido”, afirmou o cacique Elias Honório dos Santos ou Verá Mirim.

A reivindicação dos indígenas da região começou em 2002, com o pedido de um estudo para a correção dos limites demarcados no início da década de 1980. A demanda era para que fossem utilizados os parâmetros estabelecidos na Constituição de 1988, posterior à demarcação. Em 19 de abril de 2012, a Fundação Nacional do Índio (Funai) aprovou os resultados dos estudos técnicos que reconheciam os 15.969 hectares como os limites constitucionais da Terra Indígena Tenondé Porã.

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