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Gramacho se transforma no primeiro polo de reciclagem do Brasil

Área de lixão fechado no RJ também vai oferecer cursos de qualificação profissional e creche aos filhos dos catadores.

Catadores do antigo lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), poderão contar com o primeiro polo de reciclagem de lixo do Brasil, inaugurado na última sexta (22). Na primeira etapa do projeto, cerca de 140 catadores terão à disposição dois galpões voltados para o recebimento, triagem, enfardamento e estocagem de resíduos para venda.

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Ao final desta fase, prevista para o dezembro, a Secretaria Estadual do Ambiente vai entregar os projetos executivos do polo aos parceiros financiadores. Os relatórios vão conter os respectivos custos previstos, que indicarão a construção de mais seis galpões.

Com isso, o espaço onde funcionava o lixão terá, no total, oito galpões com maquinário, duas unidades de processamento de resíduos, além de um centro administrativo para cursos de qualificação profissional e uma creche. A ideia é absorver 400 ex-catadores, promovendo a inclusão socioprodutiva.

De acordo com ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que esteve na inauguração, o Rio é um símbolo que vai inspirar outros estados a iniciarem projetos direcionados para ações sustentáveis. "Nós encontramos uma forma adequada e fecunda que deu certo, juntando a capacidade de organização e luta dos catadores pela cidadania, com o apoio de entidades sociais e a sensibilidade dos governos municipal e estadual, que estimularam a criação desse projeto. Gente que era tida como à margem da sociedade consegue, com essa luta, dar um salto que reafirma sua condição humana e se tornam agentes econômicos importantes", discursou Carvalho.

O secretário do Ambiente do RJ, Carlos Minc, disse que a intenção do governo é ampliar a iniciativa de reciclagem. "Nós estamos em contato com a UFRJ, para que eles possam nos apoiar nessa iniciativa, nos dando resíduos para que os catadores aqui possam reciclá-lo”, comenta. Segundo ele, o governo pretende implantar uma medida para que as cooperativas não esperem meses até conseguir tirar uma licença ambiental. Também haverá um trabalho de conscientização das grandes empresas.

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Foto: Salvador Scofano/GOVRJ

Situado às margens da Baia de Guanabara, em Duque de Caxias, o Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, criado em 1976, era o maior lixão a céu aberto da América Latina, e recebia diariamente cerca de 11 mil toneladas de resíduos vindos do município do Rio.

A atividade de catação no local, que chegou a recuperar mais de 200 toneladas por dia de resíduos recicláveis e reaproveitáveis, movimenta, no seu entorno, uma economia que dava sustento a mais de 15 mil pessoas.

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Foto: Salvador Scofano/GOVRJ

Com o fechamento do aterro, em 2012, os catadores organizados em cooperativa e em uma associação, assumiram a responsabilidade de dar continuidade na atividade de catação e propuseram ao governo federal e estadual a criação do polo.

O lixo da capital que era levado para Gramacho passou a ser transportado à Central de Tratamento de Resíduos do Município de Seropédica. Em parceria com a Petrobras, com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e a Fundação Banco do Brasil, o polo de reciclagem de Gramacho conta com investimento de R$ 12 milhões. A Refinaria Duque de Caxias (Reduc) está disponibilizando resíduos sólidos para que os catadores possam desenvolver os trabalhos iniciais.

Da Agência Brasil