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Golfinho é encontrado morto com tira de chinelo presa ao focinho

O golfinho foi encontrado morto na Praia do Sapê em Ubatuba, litoral norte paulista.

A equipe responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta foi acionada há duas semanas para atender uma ocorrência chocante envolvendo um Golfinho (Sotalia guianensis) encontrado morto na Praia do Sapê em Ubatuba, litoral norte paulista.

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No mesmo dia, a equipe do Instituto Argonauta realizou a necropsia do animal, que trouxe conclusões estarrecedoras. Foi constatada a morte do indivíduo em função de uma tira de chinelo, que provavelmente, permaneceu preso ao golfinho por meses, levando a inanição e uma grave infecção.

Segundo o laudo inicial da necropsia, a interação antrópica (causada pelo homem), por resíduo sólido (tira de borracha do chinelo), presa na região rostral (focinho) do golfinho gerou uma lesão muito grave no maxilar superior, impedindo o animal de se alimentar.  Consequentemente, causando uma desnutrição severa e consequentemente a morte.

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Divulgação/Instituo Argonauta

“A cena é triste. Tudo indica que o animal passou meses com esse pedaço de chinelo enroscado ao corpo”, conta Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no Instituto Argonauta.

Segundo Carla, não foi somente a equipe que ficou chocada com a cena. “O episódio causou comoção não só por parte dos nossos monitores, mas também da comunidade local. As pessoas que viram estavam realmente inconformadas”.

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O caso dá luz à importância sobre a conservação do ambiente marinho, já que a poluição está entre as principais causas de mortalidade da fauna, perdendo apenas para a pesca predatória, na qual milhares de espécies morrem por ficarem presas acidentalmente nas redes.

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Divulgação/Instituo Argonauta

“Casos ruins como este são chocantes, mas precisamos e devemos divulgar para que as pessoas saibam que até um simples chinelo esquecido na beira do mar pode levar à morte um animal marinho ameaçado de extinção”. Explica Hugo Gallo, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta.

Segundo Gallo, infelizmente, este não é o primeiro caso do gênero. “No Museu da Vida Marinha, no Aquário de Ubatuba, temos um peixe espadarte (Xiphias gladius) morto por um carretel de pesca preso a boca”, relembra Gallo.

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O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos. O projeto é conduzido pelo IBAMA e coordenado pela Univali sob a responsabilidade do Instituto Argonauta no litoral norte do estado de SP.