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Geração distribuída de energia solar resiste à crise

Indústrias já perceberam a economia e os ganhos ambientais que podem conseguir ao gerar sua própria energia.

Apesar da recessão econômica que o Brasil atravessa, o cenário e perspectivas para a geração distribuída de energia são positivos. A estimativa é de que mais oito mil sistemas de energia solar serão conectados à rede elétrica ainda em 2017, praticamente a mesma quantidade de tudo o que o Brasil instalou em toda a sua história.

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“Hoje, na economia brasileira, não tem um setor que apresente o crescimento da indústria de energia solar. Santa Catarina, por exemplo, passará de 500 sistemas para aproximadamente 2000 somente neste ano. As altas tarifas de energia têm feito cada vez mais pessoas e empresas optarem pela instalação de sistemas fotovoltaicos”, explicou Paulo Thomazoni, diretor da Engie Solar.

Esse otimismo transpareceu durante todo o seminário “Geração distribuída de energia: cenários e oportunidades”, realizado na última sexta-feira (26) em Florianópolis pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).

“No mundo, já existem 150GW instalados em geração distribuída e ainda há muito espaço para crescer. No Brasil, estamos apenas começando a explorar o potencial desse tipo de tecnologia”, afirmou Newton Duarte, presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN).

Para o presidente da FIESC, a geração distribuída representa uma oportunidade dupla para a  indústria. “De um lado temos todo um novo ramo industrial nascendo e prosperando ao desenvolver equipamentos e soluções de geração distribuída. Do outro,  indústrias já perceberam a economia e os ganhos ambientais que podem conseguir ao gerar sua própria energia”, declarou Glauco José Côrte.

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“Além de energia, a geração distribuída gera empregos e riqueza, atraindo empresários que possuem uma visão inovadora e proativa, justamente o que o Brasil precisa para sair da atual crise”, completou.

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Financiamento

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Alguns desafios ainda se colocam no caminho da geração distribuída, o mais citado durante o seminário foi o de financiamento.

“O grau de nacionalização exigido por instituições financeiras, de 50% a 80%, é desproporcional ao estágio atual do desenvolvimento tecnológico”, afirmou Roberto Castro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), fazendo menção às linhas de financiamento que exigem uma quantidade muito grande de participação de conteúdo nacional nos projetos.

Marco Aurélio Lenzi, especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), reforçou que o financiamento ainda está distante do cidadão comum, que é quem realmente populariza esse tipo de tecnologia.

“Tirando os bancos de desenvolvimento, que geralmente ajudam grandes projetos e empresas, não vemos linhas de financiamento disponíveis para o pequeno comércio ou para residências que desejam instalar microgeradores de energia. O grande salto nos números de sistemas de geração distribuída passa pela sua acessibilidade ao cidadão comum”, disse Lenzi.

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