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Expansão da Rodovia dos Tamoios gera “maior desmatamento da história" da Mata Atlântica

A duplicação da Rodovia dos Tamoios, no litoral norte de São Paulo, tem sido motivo de alerta para a prefeitura de São Sebastião. As autoridades municipais reclamam do alto impacto ambiental e social gerado pela obra.

A duplicação da Rodovia dos Tamoios, no litoral norte de São Paulo, tem sido motivo de alerta para a prefeitura de São Sebastião. As autoridades municipais reclamam do alto impacto ambiental e social gerado pela obra.

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De acordo com o secretário de Meio Ambiente da cidade, Eduardo Hipólito Rego, em declaração ao Estadão, a área de Mata Atlântica que será desmatada chega a 370 mil metros quadrados, caracterizando a construção como o “maior desmatamento da história” da floresta nativa no litoral norte.

Rego explica que a reserva contém cachoeiras e nascentes, que correm risco com as obras. Além disso, o impacto social e, consequentemente, ambiental promete ser muito grande, pois já existem cinco mil moradores que habitam áreas invadidas atualmente e precisariam ser realocados. A preocupação é de que não existam locais apropriados para abrigar todas estas pessoas e ainda é preciso pensar na possibilidade de novas moradias irregulares.

A justificativa governamental para a obra baseia-se na necessidade de expandir a pista para suportar o tráfego de veículos atraídos ao litoral paulista durante a alta temporada e em feriados. Além disso, a ampliação do Porto de São Sebastião promete aumentar significativamente a quantidade de caminhões de grande porte que trafegam pela região.

Rego relaciona os fatores econômicos que justificaram a construção com os aspectos ambientais. “O que prevaleceu foram os aspectos econômicos para a construção da obra, mas não é possível colocar preço na mata. Quanto vale a área que será desmatada?”, indagou.

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Durante as audiências públicas obrigatórias, a prefeitura de São Sebastião tentou fazer alterações no projeto para reduzir o impacto, indicando a construção de mais túneis, para que a serra não fosse tão prejudicada. No entanto, os anseios não foram atendidos. Com informações do Estadão.

 

Após a publicação da matéria, a empresa Dersa, responsável pelo processo de licenciamento ambiental do Contorno Sul da Nova Tamoiosenviou uma nota de esclarecimento. Segue abaixo o texto na íntegra:

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Prezados, em relação à matéria publicada hoje, sob o título “Expansão da Rodovia dos Tamoios gera ‘maior desmatamento da história’ da Mata Atlântica”, a DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A esclarece:

Não é verdadeira a afirmação de que o Empreendimento Contorno Sul de Caraguatatuba e de São Sebastião promoverá maior desmatamento da história.  A informação está equivocada.

A vegetação nativa a ser suprimida está distribuída ao longo dos 30,8 quilômetros da futura rodovia, envolvendo o território, tanto de São Sebastião, como de Caraguatatuba.

Porém é importante destacar que não ocorrerá supressão de grandes fragmentos.

Os 38 hectares de supressão incluem todos os tipos de cobertura vegetal, caracterizadas como nativa, inclusive, áreas já desmatadas, onde há início, vestígios, de processos de regeneração natural.

Em função dos estudos ambientais, o traçado proposto afeta muito pouco fragmentos nativos de porte florestal mais preservados.

Serão afetados 19,5 ha, no total de 220 ha de obras em superfície e de 323 ha de área total da rodovia. O traçado percorre, sempre que possível, áreas limítrofes à áreas urbanizadas, sempre fora do Parque Estadual da Serra do Mar – PESM.

A supressão prevista ocorrerá principalmente nos emboques dos túneis e obras de arte especiais (viadutos), que minimizam as intervenções em superfície, necessários nos locais com restrições de relevo, vegetação significativa ou de urbanização consolidada.

Vale destacar que o projeto que definiu a implantação dos quatro túneis, com extensão total de quase cinco quilômetros, foi resultado de um amplo processo participativo e pluralista, com incorporação de uma série de aprimoramentos e melhorias para reduzir impactos sócio-ambientais.

Neste processo, foi reduzido o número de túneis, aumentando-se sua extensão em 600 metros, como forma de se ter menos emboque e, portanto, menor supressão vegetal.

Atualizado em 22/08/2012

Redação CicloVivo