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Estudo com formigas avalia recuperação da Mata Atlântica

As formigas de serapilheira foram usadas como um marcador biológico para verificar a capacidade de recuperação

Uma forma de verificar a saúde de um ecossistema é avaliar a variedade de espécies que nele vivem. Pesquisadores da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) valeram-se dessa premissa ao quantificar espécies de formigas de serapilheira em uma região entre as Bacias Hidrográficas do Alto Tietê e do Rio Itatinga, na cidade de Mogi das Cruzes, na divisa com Bertioga, São Paulo.

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Serapilheira é uma camada que mistura fragmentos de folhas, galhos e outros materiais orgânicos em decomposição, que fica sobre o solo das matas, formando húmus. O material abriga um rico ecossistema, composto por uma grande variedade de artrópodes, fungos e bactérias. Muitas espécies de formigas que constroem ninhos no solo visitam a região da serapilheira para coletar alimentos.

No caso do estudo “Estrutura das comunidades de formigas de serapilheira em cultivo extensivo da Eucalyptus grandis dunnil Maiden, em áreas de Mata Atlântica”, coordenado por Maria Santina de Castro Morini, da UMC, as formigas de serapilheira foram usadas como um marcador biológico para verificar a capacidade de recuperação de áreas uma vez cobertas por Mata Atlântica nativa.

Na região escolhida para a análise foram pesquisados três tipos de ambientes: áreas em que a Mata Atlântica foi retirada para a plantação de eucaliptos, ainda em atividade; áreas em que o plantio foi desativado entre 28 e 30 anos atrás por pressões conservacionistas ou dificuldade de manejo; e unidades de conservação (UC) com mata nativa.

Nas áreas nunca desmatadas, foi possível encontrar, por metro quadrado, cerca de 25 espécies de formigas de serapilheira – do total de mais de 200 existentes. Nas florestas de eucaliptos, por outro lado, o número não passou de cinco por metro quadrado. “Essa diferença se dá por vários fatores, mas principalmente porque as folhas de eucalipto se decompõem mais lentamente e têm altos teores de tanino, que é tóxico para muitos organismos que servem de alimento para as formigas”, disse Morini, professora do curso de Ciências Biológicas da UMC.

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Já em regiões onde a plantação foi desativada há cerca de 30 anos e a Mata Atlântica voltou a ocupar espaço, a média encontrada foi de 18 espécies por metro quadrado – sinal de que a mata foi capaz de se recuperar, assim como a fauna da região. A pesquisadora escolheu estudar regiões em que a plantação estava desativada havia cerca de 30 anos – e havia várias delas -, permitindo a obtenção de dados mais seguros (por serem coletados em mais de uma área).

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