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Especialistas continuam a discutir impactos de estrada em parque da Tanzânia

Há mais de um ano foi anunciada a construção de uma rodovia que cortaria o Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. Mesmo que o governo tenha anunciado que a via não será pavimentada, os especialistas seguem preocupados com os impactos na fauna local.

Há mais de um ano foi anunciada a construção de uma rodovia que iria seccionar o Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. Mesmo que recentemente o governo local tenha anunciado que a via não será pavimentada, os ambientalistas seguem preocupados com os impactos do tráfego na fauna local.

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A estrada deve ligar os portos costeiros do leste do país e o assentamento ao redor do Lago Victória às nações africanas centrais e da região ocidental do continente. O impacto desta obra, não está relacionado especificamente ao asfalto, mas sim à quantidade de meios de transporte que cruzarão o habitat de muitos animais.

Os Gnus e outros mamíferos movem-se sazonalmente do Serengeti à Reserva Maasai Mara, no Quênia e voltam. Se colocada no caminho dessas rotas de migração, a estrada iria interromper alguns dos ciclos naturais mais importantes e bem conhecidos na África. Permitindo que centenas de veículos atravessem o parque todos os dias, o plano não só coloca em risco animais individuais por impactos diretos, como pode ter aumento da caça furtiva ou contrabando, e uma maior exposição à poluição do tráfego, que tem o potencial de perturbar o funcionamento natural do ecossistema como um todo, que é o lar de cerca de dez por cento dos leões do mundo.

Em junho de 2010, logo após esta questão ter sido levada a público, a Nat Geo News Watch, o NG Big Cats Iniciatiative, e o conselheiro Professor Stuart Pimm publicaram "The Road Serengeti to Disaster", algo como o Caminho para o desastre do Serengueti. Em setembro de 2010, mais 27 cientistas de renome internacional publicaram um artigo na Nature, intitulado "Road Will Ruin Serengeti" (A estrada vai arruinar Serengueti). A coletiva maciça de organizações, instituições, universidades e indivíduos têm martelado nesta questão. A intensidade da crítica não diminuiu ao longo do ano passado, nem tem a notoriedade daqueles que expressam preocupação.

O governo da Tanzânia divulgou em junho o comunicado "Estado de Conservação do Parque Nacional de Serengeti". O documento afirma que “A seção de 53 quilômetros que atravessa o Parque Nacional de Serengeti permanecerá estrada de cascalho” e declara que a "proposta [asfalto] estrada não vai dissecar o Parque Nacional de Serengeti e, portanto, não afetará a migração e os valores de conservação da propriedade”.

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Enquanto muitos estão comemorando a afirmação como uma declaração de que a estrada está "descartada" ou "paralisada", outros são mais cautelosos. Os planos de construção de outras estradas fora do Serengeti estão acontecendo, e a estrada de cascalho dentro e através do parque continua a ser edificada a poucos quilômetros de suas fronteiras, em ambas as extremidades por uma rodovia principal asfaltada. O tráfego através do parque provavelmente ainda poderia aumentar consideravelmente.

A solução preferida para os conservacionistas é que a estrada evite o parque por completo. Em reconhecimento a isso, o governo disse que "também é considerada seriamente a construção de uma estrada rodando o sul da Área de Conservação Ngorongoro e o Parque Nacional Serengeti”. No entanto, a experiência passada mantém alguns especialistas céticos.

A Dra. Paula Kahumbu, uma conservacionista queniana, fundadora e diretora da ONG WildlifeDirect, donatária da Big Cats Initiative da National Geographic, e vencedora do Prêmio National Geographic Society/Buffett Award para a Liderança em Conservação é uma das especialistas que compõem um grupo de pessoas céticas em relação às ações governamentais.

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"Gostaríamos de ver um compromisso mais forte que defende o Serengeti para sempre. Na sua forma atual, não há promessa de não ir em frente com planos pré-existentes", declara ela, em relação a decisões anteriores do governo, que resultaram na continuidade das obras. Com informações da National Geographic.

Redação CicloVivo

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