- Publicidade -

Empresa israelense cria sistema flutuante de captação de energia solar

A empresa israelense Solaris Synergy, localizada em Jerusalém, criou uma alternativa mais barata e viável de captação de energia solar. Um sistema flutuante que dispensa a necessidade de grandes fazendas solares em terra firme.

A empresa israelense Solaris Synergy, localizada no Har Hotzvim Industrial Park, em Jerusalém, criou uma alternativa mais barata e viável de captação de energia solar. Um sistema flutuante que dispensa a necessidade de grandes fazendas solares em terra firme.

- Publicidade -

O dispositivo resolve dois grandes inconvenientes da captação de energia solar: diminui consideravelmente o uso de silício, que converte luz em eletricidade, mas é muito caro, e elimina a necessidade de grandes extensões de terra para captação. O sistema pode operar em água doce, salgada ou na superfície de águas residuais.

Ao resolver ambos os problemas e introduzindo benefícios colaterais inesperados, o Solaris Synergy ganhou o primeiro lugar no concurso Israel National Cleantech Open IDEAS Competition, na Universidade Tel Aviv, e no Instituto Akirov para negócios e meio ambiente, em novembro. Patrocinadores da competição internacional objetivam encontrar, financiar e fomentar ideias empreendedoras que tratam da energia mundial, do meio ambiente e da economia.

Chamado de Solaris Floating Concentrating Photovoltaic (F-CPV), o dispositivo é fabricado em plástico leve e fibra de vidro e utiliza apenas 5% de silicone.

Na sede do Solaris, em Jerusalém, o  co-fundador e CEO da empresa,  Yossi Fisher, explica que cada módulo de flutuação de concentração de energia fotovoltaica (F-CPV) é revestido com um filme curvo espelhado que concentra a luz do sol em uma linha fina. Uma vez que apenas cinco por cento da superfície necessita de uma capa de silício, o Solaris usa relativamente pouco do material caro.

- Publicidade -

"Por não usarmos muito silício, temos bastante dinheiro para os espelhos e outros materiais de construção, e ainda permanecer rentável", explicou Fisher a um canal de televisão israelense. Além disso, a produção do silício libera contaminantes no ar, portanto, quanto menor for o uso, melhor será para o meio ambiente. 

Evitando a necessidade de grandes campos para ser instalado, o Solaris foi projetado para ficar na água. Uma grade de módulos conectados, fabricada em plástico leve e fibra de vidro, facilitam a flutuação do invento. Além de poupar imóveis valiosos, ele funciona como uma tampa de reservatório respirável que reduz significativamente a evaporação e elimina o crescimento orgânico e algas. 

Para manter os raios focados na linha de silício, a grade gira lentamente enquanto segue o movimento do sol ao longo do dia. Um pequeno motor pode alimentar essa rotação já que a água elimina o atrito.

- Publicidade -

Um sofisticado acompanhamento de sol guia um controlador remoto, que também modera o sentido do movimento e da velocidade do motor. Uma antena envia todos os dados do controlador através de uma linha de celular para um servidor central e alerta a equipe técnica para potenciais problemas.

Cada grade dos módulos gera 200 kW, e podem ser configurados para caber em qualquer reservatório, lago ou lagoa. "Há uma enorme quantidade de águas interiores no mundo, e muitos corpos d’água confinados estão localizados em áreas com isolamento solar excelente", diz Fisher. O sistema funciona melhor em áreas de sol forte, como a África, Ásia, Austrália, países do Mediterrâneo e do Sul e outros locais próximos à linha do Equador.

O fundador da empresa explica que se a tecnologia fosse instalada nos mais de 400 reservatórios de águas residuais recicladas de Israel, o país conseguiria realizar seu objetivo de gerar de 10 a 20% de sua energia proveniente de fontes renováveis até 2020. 

A colocação do F-CPV na água oferece outra vantagem, a água que fica abaixo da grade mantém o silício a uma temperatura baixa, e o silício mais frio converte a luz em energia de forma mais eficiente. Isso representa um problema para os fabricantes de painéis convencionais. Temos o único silício frio em todo o mundo", diz Fisher," e nós estamos gerando energia superior a 20% mais eficiente por causa disso."

A empresa, fundada há dois anos, tem um protótipo em funcionamento no telhado da sua sede e instalará um projeto piloto em 2011 sob a estrutura da Mekorot, a autoridade de água de Israel. A instalação de um segundo piloto está prevista para um reservatório perto de Marselha, em cooperação com a empresa elétrica da França, parcialmente financiada pelo programa conjunto “Israel-European R&D project Eureka.”

"Israel é um país muito conveniente para começar idéias", comemorou Fisher. O Solaris foi financiado com 300.000 dólares em investimentos privados e duas bolsas de R&D do Ministério de Infraestrutrua de Israel. "Temos boa infra-estrutura industrial, pessoas brilhantes e um governo que apoia as empresas nos estágios R&D. Mas quando você passar a fase de R&D você tem de emparelhar com um gigante corporativo para ser bem sucedido e, infelizmente, não existem muitos gigantes como em Israel", conclui ele.

Redação CicloVivo

Siga as últimas notícias do CicloVivo no Twitter