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Atividades ilícitas de grupos terroristas e milícias são beneficiadas pelos crimes ambientais. Esta é a principal denúncia do relatório “A crise do crime ambiental”, elaborado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas e pela Interpol.

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Segundo o documento, o mercado movimenta mais de US$ 200 bilhões de dólares anualmente. Extração ilegal de madeira, caça, comércio de marfim, chifre de rinoceronte, pesca ilegal, comércio ilegal de carvão e despejo de resíduos tóxicos estão entre as principais práticas criminosas.

O relatório aponta uma relação do comércio ilegal de carvão com o financiamento de terroristas de grupos na África, por exemplo. O tráfico de carvão pode obter lucros de até US$ 56 milhões de dólares aos islamitas shebab somalis, ligados à Al-Qaeda. Somados o leste, centro e oeste africano geram até US$ 9 bilhões de dólares anualmente – quase o triplo do valor alcançado pela venda de drogas ilícitas na região.

Já o grupo Exército de Resistência do Senhor (LRA), de Uganda, tem no comércio de marfim sua principal fonte de renda. A substância é obtida das presas caninas de animais como elefantes, hipopótamos e mamutes.

No caso do comércio florestal ilegal, que gera lucros anuais de até US$ 10 bilhões, estima-se que até 90% da madeira de alguns países são obtidas ilegalmente. Segundo os dados fornecidos na pesquisa, é mais comum dar atenção à madeira em tora, madeira serrada ou já em formato de móveis, quando entram na União Europeia e Estados Unidos. Entretanto, os autores analisam que a maior parte da madeira ilegal entra nessas regiões sob a forma de papel, celulose ou lascas de madeira.

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"Além do dano ambiental imediato, o tráfico de recursos naturais priva as economias em desenvolvimento bilhões de dólares em receita para encher os bolsos dos criminosos", afirma Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O documento ressalta que diversos criminosos são atraídos para esse tipo de negócio devido, principalmente, a dois fatores: lucros elevados e possibilidade mínima de serem punidos. Por fim, ainda foram listadas doze recomendações, que incluem leis mais rígidas, sistemas de certificação e campanhas de conscientização para atingir o consumidor final.

O relatório foi apresentado no Quênia na última terça-feira (24), onde acontece a Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), veja aqui na íntegra.

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Redação CicloVivo