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Conheça os 4 animais mais flexíveis do mundo

Saiba mais sobre os animais que possuem fibras de colágeno, que unem as partes rígidas do corpo às mais moles.

Alguns animais são tão flexíveis que escapam dos predadores com defesas incomuns aos vertebrados, seja se enrolando como uma bolinha ou suportando forças que esmagariam as demais espécies.

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Esses animais possuem fibras de colágeno, que unem as partes rígidas do corpo – como as escamas ou osteodermos – às mais moles, conferindo mais flexibilidade e uma resistente carapaça externa. No campo da biomimética, esse tipo de “armadura dérmica” é um dos temas de estudo mais populares. Conheça algumas espécies com essas características.

Tatu-bola, o mascote da Copa

Muita gente acha que os tatus estão bem protegidos com sua carapaça dura, mas a maioria das espécies prefere se enterrar no solo para escapar dos predadores. De toda a família, a única subespécie que consegue formar uma bola perfeita é, como o nome indica, o tatu-bola, o mascote da Copa do Mundo de 2014.

Endêmico da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai, esse animalzinho conta com uma couraça dobrável e com pouca articulações, o que garante uma grande amplitude de movimentos. Em uma situação de perigo, o tatu-bola une a cabeça com a cauda, enrolando-se como uma bola para proteger seu abdômen dos golpes dos predadores.

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No momento em que ele se “fecha”, o tatu faz um barulho que surpreende seus inimigos e pode funcionar como uma manobra evasiva. Algumas espécies adotam a estratégia de saltar sobre os predadores para tentar espantá-los, enquanto outras preferem sair correndo e encontrar um esconderijo.

Os tatus se alimentam de colônias de insetos e usam suas garras fortes para remover a casca das árvores em busca de formigas e cupins.

O tatu-bola pertence ao gênero Tolypeutes, um dos nove que reúnem um total de 21 espécies. Dependendo da espécie, os tatus podem pesar mais de 30 quilos e medir até cinco metros de comprimento, da cabeça à cauda, como o tatu-canastra.

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O curioso tatuzinho

Apesar de parecerem insetos, estes animais são crustáceos, assim como os caranguejos e as lagostas. Eles se adaptaram à vida terrestre e pertencem ao gênero Isopoda, que abriga mais de cinco mil espécies.

É provável que você já tenha encontrado um tatuzinho escondido em lugares escuros e úmidos de sua casa, sob pedaços de madeira, pedras ou rachaduras. Há uma razão: eles precisam da umidade para respirar.

Assim como o tatu-bola, ele também se enrola em uma bolinha quando se sente ameaçado por predadores, como as aranhas. Ele troca seu exoesqueleto oval, em forma de sanfona, várias vezes ao longo da vida.

Os tatuzinhos se alimentam de carniça e plantas mortas, e têm uma história curiosa: eles teriam chegado de barco às Américas, junto com os colonizadores. Atualmente, são encontrados em todo o mundo.

Pangolim, o “abacaxi” vivo


Pangolin borneo. Foto: Piekfrosch/Wikipedia

Os pangolins pertencem à mesma família das preguiças e tamanduás, mas não parece: seu corpo é quase totalmente recoberto por escamas grandes, que o deixam com a aparência de um abacaxi.

No geral, os pangolins comem insetos e estão distribuídos em oito espécies pela África e Ásia. Apesar de terem garras muito fortes nas patas dianteiras, raramente as usam como armas. Quando se sentem ameaçados, em vez de atacar, preferem se enrolar em uma bola tão apertada que é quase impossível penetrá-la. Eles são os únicos mamíferos com esse mecanismo de defesa.

As bordas afiadas de suas escamas recobrem praticamente todo o corpo, tornando-os invulneráveis à maioria dos predadores. Eles também usam a cauda para atacá-los diretamente, causando ferimentos graves.

Suas escamas são feitas de queratina, a mesma proteína das unhas e cabelos humanos. De fato, as escamas dos pangolins crescem como pelos, e os padrões que se formam são únicos em cada indivíduo, assim como as impressões digitais dos seres humanos.

Sua cabeça cônica, a boca sem dentes e a língua pegajosa são excelentes para caçar insetos. O curioso é que eles precisam comer algumas pedras para ajudar na digestão. Para compensar sua visão ruim, têm um olfato apuradíssimo e conseguem detectar cupins e formigas a centenas de metros de distância.

Os pangolins são animais solitários que não ultrapassam um metro de comprimento, e há muito tempo são vítimas de desmatamento e perda de habitat. A mesma capacidade de defesa que os torna tão fascinantes também facilita sua captura. Os traficantes os vendem no mercado negro por suas supostas “propriedades medicinais”.

Segundo um estudo recente, as quatro espécies de pangolim são protegidas na Ásia, onde a situação é mais grave. Mesmo assim, não há registros confiáveis sobre os exemplares capturados pelo tráfico.

“Descobrimos uma situação desastrosa e todas as previsões para os pangolins são ruins”, alerta o professor McDonald, um dos especialistas da Universidade de Oxford que participou do estudo. “Se conseguir chamar a atenção para esse comércio inútil, a opinião pública internacional pode ajudar a reverter a situação”.

Os resistentes cavalos-marinhos

Recentemente, os cavalos-marinhos surpreenderam os pesquisadores com uma habilidade impressionante: são capazes de resistir a forças que esmagariam qualquer outra espécie.

Esses animais curiosos são encontrados nos mares de todo o planeta e medem entre 1,5 e 35 centímetros.

Pouco se sabia sobre suas particularidades ósseas até a publicação de um estudo da Universidade da Califórnia, em San Diego. O objetivo era identificar as espécies capazes de recolher um objeto e, ao mesmo, suportar as ameaças de predadores e os rigores da natureza. No campo da biomimética, essa capacidade pode ajudar a resolver alguns problemas de engenharia, imitando as soluções da natureza.

Depois de submeter os cavalos-marinhos a uma pressão esmagadora, os pesquisadores descobriram que eles não tinham sofrido nenhum dano: suas vértebras podem se dobrar até a metade durante a compressão devido à quantidade reduzida de minerais nos ossos, o que aumenta a flexibilidade.

A matéria foi originalmente publicada em Discovery Brasil.