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Coletivo incentiva paulistanos a trocarem os carros pela caminhada

Ao caminhar pela cidade, a população percebe que existem pontos que podem e precisam ser melhorados.

Se deslocar tendo apenas os próprios pés como meio de transporte é uma das formas mais sustentáveis e baratas de locomoção. O SampaPé! é um movimento que surge a partir dessa premissa, com o objetivo de incentivar as pessoas a vivenciarem a cidade de São Paulo de um jeito diferente.

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A ideia surgiu em julho de 2012. Após passar uma temporada fora do país, a administradora do projeto, Letícia Leda, percebeu que a relação dela com a cidade havia mudado. “Eu comecei a ter vontade de fazer algo para que as pessoas efetivamente se relacionassem melhor com a cidade. (…) adoraria poder proporcionar experiências, reflexões e momentos para que outras pessoas tivessem a oportunidade de sair dos seus ciclos viciosos de hábitos e conseguir mudar a perspectiva sobre a cidade”, explicou a idealizadora em entrevista ao CicloVivo.


Passeio Edifícios Emblemáticos do Centro. Foto: Sampapé

A forma escolhida para ajudar a mudar essa relação entre os moradores e as cidades foi a partir de passeios culturais feitos em forma de caminhada. A primeira expedição foi feita pelo bairro do Bixiga, sendo finalizada em uma das mais tradicionais festas de rua de São Paulo. “Nós definimos que a melhor maneira de estimular essa nova experiência era trazer as pessoas para este encantamento de uma forma lúdica, conhecendo histórias, casarões e festas”, esclarece Leticia, que conta com o apoio de outros três entusiastas na liderança do projeto: Edson Silva, Renata Eschiletti e Victor Mendes.


Passeio Cultural e Gastronômico na Mooca. Foto: Sampapé

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Logo de início o grupo percebeu que uma de suas principais missões era levantar a bandeira da mobilidade a pé, estimulando a população a desfrutar da cidade e refletir sobre o espaço público, atentando à necessidade de melhorias na infraestrutura e modificando a relação e apropriação do espaço destinado aos pedestres.

Com o tempo, ao caminhar pela cidade, a população percebe que existem pontos que podem e precisam ser melhorados. Dessa forma, o movimento criou o canal “Desembucha”, em que qualquer cidadão pode enviar a sua crítica ou denunciar espaços que precisam ser melhorados. O grupo da coordenação do projeto se encarrega de encaminhar as denúncias à prefeitura e subprefeituras. Mesmo assim, Letícia explica que ainda falta atenção e esforço governamental para que as necessidades da população sejam atendidas. O intuito é ajudar a tornar a cidade um espaço mais democrático e harmonioso para todos os que vivem ali.


Passeio Cultural na Vila Madalena. Foto: Sampapé

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Como ajudar e participar?

O SampaPé! não possui apoio financeiro de nenhuma empresa ou órgão governamental. Isso faz com que seja necessário contar com o apoio de doadores para que o projeto seja mantido. A angariação de fundos é feita através dos passeios urbanos, em que os participantes podem colaborar com a quantia de R$20 ou R$30.

Outra forma muito importante de contribuir com esta iniciativa é compartilhando experiências e incentivando outras pessoas a testarem a forma mais simples de locomoção que pode existir. A mudança que o grupo tanto busca, já pode ser sentida. “Andar a pé em São Paulo era atraso. Agora, começamos a ter uma mudança mais generalizada de pensamento. Mais pessoas estão preocupadas com o bem comum, mais pessoas querem sair do estilo de vida do caos e do medo, e andar de bike e a pé virou ‘cool”’, garante Letícia.


Passeio Higienópolis. Foto: Sampapé

Por Thaís Teisen – Redação CicloVivo