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Casal deixa São Paulo e viaja de bicicleta pelo mundo

Há pouco mais de um ano os dois deixaram emprego e família em SP e embarcaram rumo ao sonho de conhecer o mundo em uma bike.

A viagem de bicicleta do arquiteto Argus Caruso rendeu o livro “Caminhos” e também foi a inspiração para que o casal brasileiro Karla e André Cerri decidisse pedalar pelo mundo. Há pouco mais de um ano os dois deixaram emprego e família em São Paulo e embarcaram rumo ao sonho de conhecer o mundo em uma bike.

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O projeto foi muito bem pensado e o fotógrafo e a nutricionista precisaram se planejar muito bem para que a viagem desse certo. São muitos os detalhes que devem ser considerados antes de uma aventura como essas e a preocupação vai desde o preparo físico e a distância da família e amigos, até os altos custos financeiros deste investimento.

O marido foi o primeiro a ser contagiado pela vontade de viajar utilizando a bicicleta como principal meio de transporte. Cerri explica que após ler o livro, ficou muito interessado pelo tema e começou a pesquisar a respeito. Assim, ele descobriu que isso não era algo tão incomum, havia pessoas viajando dessa forma em todo o mundo.

A ideia foi tomando uma forma cada vez mais concreta. “Deixei-a crescer e amadurecer antes de perguntar à Karla. Ensaiava como falar, anotava prós e contras, fazia contas. Foram semanas com algo entalado na garganta e cada vez que ela chegava em casa era uma tortura”, explicou ele. Para sua surpresa, no dia em que resolveu compartilhar a ideia com a esposa, ela “topou na hora” e os dois passaram a planejar o roteiro e outros detalhes juntos, quatro meses antes de se casarem. Essa seria a lua-de-mel.

Com a aprovação, outros detalhes precisavam ser pensados. Dinheiro é essencial para uma viagem tão extensa como essa, mesmo que a bicicleta seja o modal mais barato do mundo. Portanto, os dois economizaram e trabalharam duro por muito tempo. Eles também alugaram o apartamento e moraram um período com a família e amigos, venderam o carro e até mesmo alguns equipamentos fotográficos que Cerri usava para trabalhar.

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Para garantir que o tempo no Brasil e a preparação acontecessem da melhor maneira possível, eles acordaram em aproveitar ao máximo o tempo que ainda teriam em território nacional. Sendo assim, além de ocuparem parte do dia reforçando o preparo físico, os dois passaram todos os dias na companhia de amigos e da família. “Pais, irmãos e irmãs, tias, tios, vizinhos, amigos e principalmente nossas sobrinhas, preenchíamos cada minuto do dia com a presença de alguém”, explica o fotógrafo. Apenas cinco meses antes de embarcar na aventura é que o casal contou todos os planos às pessoas próximas.

Eles nunca haviam viajado de bicicleta na vida e ao falar sobre isso, Cerri usa o bom humor: “A maior viagem que tivemos foi a de imaginar uma volta ao mundo em bikes”. Ele também explica que o fato de nunca terem sido ciclistas acaba surpreendendo as pessoas que passam por eles no caminho.

O ponto de partida foi a Holanda, que simbolizou o início de um grande projeto que levaria, em média, quatro anos para ser finalizado. Hoje, 14 meses após as primeiras pedaladas pela Europa, o casal já rodou onze mil quilômetros, passando por lugares como: Marrocos, Grécia, Costa de Santiago da Compostela, Barcelona, Paris, Albânia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, entre outros. O roteiro inclui planejamento para pedaladas em todos os continentes, finalizando a viagem no Brasil.

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A rotina é prazerosa e reserva, além de boas paisagens, o contato com muitas pessoas e diferentes culturas. “No caminho encontramos famílias, entramos em suas casas, partimos, visitamos amigos, somos recebidos por gente que sempre nos pede para ficar mais. Partimos mais uma vez”, explica Cerri. Ele também conta que muitos gestos de pessoas bondosas acabam os deixando emocionados pelo cuidado e boa vontade.

Mesmo assim, as dificuldades não são poucas. O clima, o relevo, a falta de dinheiro e outros fatores importantes acabam atrasando a viagem e desgastando o casal. “Diariamente sentimos o peso das bikes. Sentimos dores. Muitos dias são prazerosos, mas outros bem comuns, quase uma rotina. Sentimos o choque cultural. O clima é complicado. Outra dificuldade é estar no mesmo lugar e fazer quase tudo junto e ao mesmo tempo durante 24 horas. Muitas vezes sentimos que precisamos do nosso próprio espaço e tempo”, desabafa o marido.

Manter as contas em dia é um desafio, mas o maior deles é lidar com a saudade. “Saudade de tomar café com os amigos, beber uma cerveja, os almoços de domingo, os passeios com os sobrinhos, as brincadeiras e risadas divididas, a ligação de um amigo. Temos saudade de tudo e todos e o que mais queremos é fazer um registro bonito de nossos momentos”, conta o fotógrafo, que aproveita para filmar e fotografar todos os detalhes da expedição. O casal já percorreu quase um terço do planejado, mas ainda são muitos os desafios que eles têm pela frente, também serão muitas histórias, pessoas e lembranças que devem ser eternizadas pelas lentes atentas da dupla.

É possível acompanhar alguns detalhes da expedição através da página da dupla no Facebook. Clique aqui.

Veja o vídeo de apresentação da viagem:

Por Thaís Teisen – Redação CicloVivo