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Bairro nobre de SP pode perder 5 mil árvores em troca de prédios de luxo

A faixa verde, à beira da Marginal Pinheiros, possui 717 mil metros quadrados de área e comporta mais de cinco mil árvores numeradas e catalogadas individualmente.

Moradores do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, entraram com ação no Ministério Público Estadual para proteger uma área de preservação ambiental ameaçada por empreendimentos imobiliários.

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A faixa verde, à beira da Marginal Pinheiros, possui 717 mil metros quadrados de área e comporta mais de cinco mil árvores numeradas e catalogadas individualmente. Mesmo que seja considerada um patrimônio histórico tombado, a área pode ser substituída por 16 torres e um shopping. Caso saia do papel, o empreendimento será uma espécie de parede de concreto ao redor do Parque Burle Marx.

A região já foi alvo de problemas envolvendo empreendimentos luxuosos e os órgãos municipais de proteção ambiental. Em 2011, o condomínio Panamby ganhou as páginas dos jornais por despejar todo o seu esgoto diretamente no Rio Pinheiros. Mesmo com apartamentos que chegam a R$ 5 milhões, o condomínio não possuía sistema de tratamento de esgoto.

Agora foram os próprios moradores que resolveram se juntar para impedir que as novas construções sejam feitas. Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, o advogado Roberto Delmanto explicou que já é possível perceber clareiras abertas em meio à floresta. Segundo ele, esse desmatamento em diferentes pontos é comum antes que as construtoras façam o pedido de licença. A justificativa é de que quando a prefeitura fizer as análises serão encontrados menos exemplares e menos espécies de árvores, o que facilita a autorização municipal.

Os moradores contam com fotos, vídeos e também com as plantas dos empreendimentos que estão planejados para a região. Há um ano a prefeitura já autorizou a retirada de 1.787 árvores nativas para a construção de um condomínio. E a população local garante que o novo desmatamento já começou.

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As incorporadoras responsáveis pela área são a Camargo Corrêa e a Cyrela. A primeira delas já possui autorização da prefeitura, mas ainda aguarda a liberação das licenças ambientais para prosseguir com o projeto. A segunda admite que tenha interesse em construir na área, mas ainda não solicitou as licenças oficiais.

A região do Morumbi, mais especificamente a Vila Andrade, onde está localizado o Parque Burle Marx, é uma das últimas faixas de floresta nativa de Mata Atlântica que restou entre a represa de Guarapiranga e o Rio Pinheiros. Além disso, a região é uma das mais nobres da cidade, gerando alto interesse imobiliário.

Redação CicloVivo

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