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Arquitetos noruegueses constroem prédio educacional em Moçambique

Estudantes de arquitetura constroem edifício para aprendizagem de informática e aulas de inglês em Chimundo, Moçambique. A construção faz uso de materiais locais feitos à mão e itens reaproveitados, além de ser um edifício educativo.

A Faculdade de Arquitetura de Bergen, Noruega, oferece um curso chamado: “Ser um arquiteto em uma cultura estrangeira”, cujo intuito é enfatizar a consciência social e local na abordagem arquitetônica. Durante as aulas, o aluno tem que investigar e analisar as impressões do entorno do local e suas configurações, sempre colocando em discussão o papel do arquiteto.

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Em 2009, 19 estudantes de mestrado em arquitetura partiram em uma viagem a Moçambique sem intenção inicial de construir qualquer coisa. De acordo com os estudantes, foi um encontro emocionalmente forte quando chegaram à Sister Catarina, uma creche para crianças carentes, na pequena aldeia rural de Chimundo.

Com a ajuda da organização não-governamental Aid Global, um centro de trainee para ensino de adultos funciona no local, o que ajuda a cobrir as despesas da região. No entanto, naquele ano o contrato de arrendamento estava se esgotando, e ameaçavam a existência da creche.

Após duas semanas de registros e compreensão da lógica do lugar, os alunos entraram em comum acordo para construir uma escola, de múltiplas utilizações, que funcionassem como centro de trainee na parte da tarde e como espaço ampliado para as crianças durante o período diurno.

Com um corpo simples estrutural, o edifício é constituído por uma sala fechada para aprendizagem em informática, e uma sala aberta para o ensino de inglês. As paredes sólidas e a possibilidade de ser completamente fechada tornam a sala de informática segura contra assaltos. A sala aberta conecta o espaço com o exterior, o teto é alto e as paredes transparentes facilitam a entrada de luz.

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Uma estrutura de concreto armado serve como suporte permanente na sala fechada. Este tipo construção também permite baixar os custos dos materiais para preenchimento. Foram usados sacos de areia nas fachadas leste e norte, que funcionam como massa térmica no inverno, enquanto uma extensão do telhado impede a exposição ao sol durante o verão. A fachada sul, sombreada, tem uma parede de vidro feita de garrafa para deixar a luz entrar e manter a poeira do lado de fora. As garrafas dão uma qualidade estética, além de serem uma boa alternativa às janelas caras.

O telhado recolhe água da chuva em uma cisterna, feita com chapas de zinco que se “sentam” em treliças feitas à mão, com material de baixo custo. As treliças oferecem ventilação natural para refrigeração e um telhado interno, feito de palha comprada localmente, filtra o ar quente para fora.

Portas de palha na sala aberta dão uma utilização flexível do espaço. A sala pode ser totalmente aberta ao sul, em direção ao pátio interior, ou ao norte em frente a um pequeno pé de manga. As duas salas estão divididas internamente com uma grande porta de correr para que possam ser usadas como uma só ou separadas.

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O objetivo do projeto era ficar dentro de um quadro econômico razoável e tentar usar a maior quantidade possível de materiais locais, combinando métodos endêmicos com novas interpretações. Toda a construção foi feita de maneira demonstrativa de modo que fosse facilmente compreendida e que pudesse ser replicada pelo povo de Chimundo. Como resultado, o edifício é em si educativo e sustentável. Com informações ArchDaily.

Redação CicloVivo

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