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Aquecimento global pode evitar derretimento de gelo no Ártico, diz estudo

Pode haver um lado bom para o aquecimento global, pelo menos, no Ártico. De acordo com um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters, a mudança climática poderia melhorar a qualidade do ar na região polar.

Pode haver um lado bom para o aquecimento global, pelo menos, no Ártico. Segundo o estudo Associations between pollution and the effects of clouds on the Arctic LW and SW surface radiation balancepublicado na revista Geophysical Research Letters, a mudança climática poderia melhorar a qualidade do ar na região polar.

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Geralmente, os poluentes do ar viajam de regiões industrialmente desenvolvidas no sul em direção ao norte, para o Ártico, onde a poluição contribui para o aquecimento do clima polar e que segundo estudos está aquecendo mais rapidamente que o restante do planeta.

A razão para o aumento de potencial na qualidade do ar é a elevação da precipitação global, que muitos modelos climáticos prevêem que será um resultado generalizado do aquecimento global, conforme informado pelo líder do estudo, Timothy Garrett, cientista atmosférico da Universidade de Utah.

"A precipitação é a maneira mais eficiente de remoção de partículas de poluição da atmosfera", disse Garrett. Isso porque as gotas de chuva simplesmente levam os poluentes com elas enquanto caem da atmosfera – o mecanismo por trás da chuva ácida.

Assim, a poluição já pode ser limpa a partir do ar em outras regiões, antes mesmo de chegar ao Ártico. Para verificar que a precipitação pode remover poluentes antes que atinjam o Ártico, a equipe de Garrett examinou uma década de registros da qualidade do ar de Barrow, no Alasca, e Alert em Nunavut, Canadá, lugar permanentemente habitado mais ao norte do mundo.

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A equipe comparou os níveis de monóxido de carbono, poluente não removido pela chuva – com os de enxofre e fuligem, que são removidos. Os resultados mostraram que os níveis de enxofre e fuligem foram menores do que o esperado, levando a equipe a concluir que as chuvas já estão limpando o ar Ártico.

Este efeito também pode parcialmente neutralizar o aquecimento do Ártico, observou Garrett. Isso porque poluentes do ar, principalmente a fuligem, aumentam o efeito estufa que é a marca registrada do aquecimento global.

"Quando [sulfatos] alcançam o Ártico, eles mudam as nuvens de tal maneira que elas agem como cobertores [sobre] a superfície do Ártico", disse o cientista. "Isso ajuda a isolar o Ártico e acelera o aquecimento."

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A fuligem também escurece a neve quando eventualmente cai fazendo com que a neve absorva mais luz solar, produzindo também um efeito de aquecimento. Portanto, se mais poluição é retirada do ar antes de chegar ao Ártico, isso poderia ajudar a reduzir a taxa de mudança climática no extremo norte, disse o especialista.

"É claro que isto é especulativo", disse ele. "Mas isso é especulação razoável com base nos resultados que temos encontrado."

Outros cientistas estão impressionados, mas cautelosos.

Richard Alley, geocientista da Universidade Estadual da Pensilvânia, advertiu que a fuligem é provavelmente um contribuinte relativamente menor para o aquecimento do Ártico. Segundo ele, o aquecimento global vai produzir um ar mais limpo no Ártico somente se o aumento da chuva vier em forma de tempestades mais frequentes do que grandes tempestades.

Joseph McConnell, hidrólogo especialista em neve e cientista ambiental do Desert Research Institute, em Reno, Nevada, acrescentou que a queda nos níveis de fuligem do Ártico relacionada ao aquecimento pode não ter muito impacto, uma vez que outros fatores já estão reduzindo a fuligem, como a legislação governamental.

"O Ato Clean Air norte americano e legislações similares em outros países reduziram significativamente as emissões de uma grande quantidade de poluentes durante os últimos 40 anos", disse ele. Com informações da National Geographic.

Redação CicloVivo

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