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Após tufão devastar país, representante das Filipinas chora e anuncia greve de fome na COP 19

Yeb Sano pede medidas imediatas para amenizar os problemas ocasionados pelas mudanças climáticas.

Teve início, na última segunda-feira (11), a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 19) em Varsóvia, na Polônia. A abertura já começou com um polêmico anúncio de greve de fome feito pelo chefe da delegação das Filipinas, Yeb Sano.

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A COP 19 busca um novo acordo global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. As negociações são realizadas com os governos de mais de 190 países. Entre diversas discussões levantadas durante o evento, teve destaque o representante das Filipinas que se emocionou ao falar sobre o drama vivenciado deste a última sexta-feira (8), quando o país foi atingido pela passagem do tufão “Haiyan”.

“Passaram-se apenas 11 meses desde Doha, quando minha delegação apelou para que o mundo abrisse os olhos para a dura realidade que enfrentamos, visto que, então, estávamos também diante de uma tempestade catastrófica que resultou na calamidade mais cara da história das Filipinas. Menos de um ano, porém, não podíamos imaginar que um desastre muito maior viria”, afirmou Sano em seu discurso.

O principal negociador filipino relatou a situação crítica de seu país, que há muito tempo sofre com os eventos climáticos extremos. Como forma de pressão às autoridades e homenagem às vitimas, afirmou que ficará de jejum durante toda a COP 19 – que termina no próximo dia 22. Ele pede metas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa, além de financiamento para compensar e implantar medidas urgentes nos países que já sofrem com as mudanças climáticas.

“Para quem continua a negar a realidade que é a mudança climática, eu desafio a sair de sua torre de marfim e ficar longe do conforto da sua poltrona. Eu desafio a ir às ilhas do Pacífico, do Caribe e do Oceano Índico e ver os impactos da elevação do nível do mar. Para as regiões montanhosas do Himalaia, e os Andes, e ver as comunidades enfrentarem inundações por degelo. Ao Ártico, onde as comunidades tentam lidar com a rápida diminuição da calota polar. Se isso não for suficiente, você pode fazer uma visita às Filipinas neste momento”.

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O país contabiliza cerca de 10 mil pessoas mortas, além de milhares de feridos ou desaparecidos. Muitas regiões atingidas são isoladas, por isso o socorro demora a chegar. O governo declarou estado de calamidade

“É a 19ª COP, mas poderíamos muito bem parar de contar, porque o meu país se recusa a aceitar que será necessária uma COP30 ou uma COP40 para resolver a questão da mudança climática. Nós não podemos sentar e ficar impotentes olhando para este impasse climático. Agora é hora de agir”, apelou o representante. Veja o discurso completo aqui.

Redação CicloVivo

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