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Alemão cria escola na África baseada nos conceitos de arquitetura bioclimática

O projeto da escola secundária de Burkina Faso, na África, foi baseado nos princípios de concepção para o conforto climático, com baixo custo de construção, aproveitando ao máximo os materiais e o potencial da comunidade local.

O prêmio de ouro da terceira competição internacional Holcim Awards para projetos de construção sustentável e visões da África no Oriente Médio 2011 e cem mil dólares foram entregues ao arquiteto alemão Diébédo Francis Kéré, do Kéré Arquitecture em Berlim.

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O projeto vencedor ilustra o amplo escopo de aplicação de abordagens sustentáveis ​​na construção, incluindo infra-estrutura escolar, renovação da comunidade, desenvolvimento urbano, eficiência energética e design.

Concebido em um dos países mais pobres do mundo, o projeto da escola secundária em Burkina Faso, África, tem como objetivo proporcionar educação continuada aos habitantes de uma área rural.

Concebido em 1999, o edifício foi o primeiro criado pelo arquiteto e teve sua conclusão enquanto Kéré ainda estava estudando.

Para alcançar a sustentabilidade, o projeto foi baseado nos princípios de concepção para o conforto climático, com baixo custo de construção, aproveitando ao máximo os materiais locais e o potencial da comunidade local, além de adaptar de maneira simples a tecnologia dos países industrializados.

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As condições climáticas são desafiadoras, no verão as temperaturas chegam a 35°C. O efeito de resfriamento pela ventilação natural é reforçado pelo roteamento do ar através de tubos subterrâneos, vegetação e a utilização de telhados inclinados com dupla pele, que sombreiam as fachadas para alcançar uma redução de 5°C na temperatura interna. 

A elevação do teto de metal ondulado em uma treliça de aço permite que o ar frio flua livremente entre o telhado e o teto, e através do uso de blocos de terra nas paredes que absorvem o calor, modera a temperatura ambiente. O maior conforto interior e as condições são muito mais propícios à educação.

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A temperatura local determinou, em grande parte, a forma do edifício e a escolha dos materiais. Três salas de aulas são organizadas de forma linear e separadas por áreas externas cobertas, que podem ser usadas para ensinar e brincar.

A estrutura compreende tradicionais muros feitos de blocos estabilizados e terra compactada. O teto também é feito de blocos de terra compactada.

A forma do telhado foi ditada por considerações de ordem prática: não foi possível transportar grandes elementos de lugares distantes, nem era economicamente viável usar máquinas de elevação, tais como guindastes. Em vez disso, o arquiteto desenvolveu um processo pelo qual as barras de aço comum de construção foram usadas ​​para criar treliças leves, com chapas de metal colocada no alto para formar o telhado. Somente foi necessário ensinar as pessoas a usarem o serrote e uma máquina de solda de pequeno porte.

O grande desafio foi explicar o projeto e os desenhos às pessoas que não sabem ler nem escrever. Este problema acompanhou o arquiteto durante o tempo todo em Burkina Faso.

Todas as pessoas envolvidas na gestão do projeto eram nativas da aldeia e as habilidades aprendidas ali também foram aplicadas em outros lugares. A forma como a comunidade se organizou serviu de exemplo para duas aldeias vizinhas, que, posteriormente, construíram suas próprias escolas como um esforço cooperativo.

O consumo de energia durante a construção e operação foi reduzido ao mínimo, utilizando apenas o sol e o vento. A coleta da água da chuva escassa é integrada ao conceito de plantio e é usada para irrigar as árvores recém-plantadas que são destinadas a ajudar a consolidar vegetação anteriormente explorada.

A escola foi construída pela comunidade local que construiu não apenas uma série de estruturas, mas também um sentido de identidade e coesão social reforçada. Seu "desenho urbano" tem potencial para agir como um ponto de ancoragem na estrutura da aldeia. O projeto faz uso de ideias de alta tecnologia que são implantadas com baixo custo, como um elemento de desenvolvimento escolar de longo prazo.

O projeto em si gera impactos positivos sobre o ambiente social através da geração de oportunidades de educação e formação, geração de emprego e sobre o ambiente natural, por meio do reflorestamento. As pessoas aprendem habilidades de construção utilizando argila e outros materiais locais disponíveis, o que reforça a ideia de um processo mutuamente benéfico sobre as habilidades aprendidas que podem ser aplicadas além dos limites do local.

As autoridades também têm reconhecido o valor do projeto que se esforça para empregar jovens formados, em projetos públicos da cidade, usando as mesmas técnicas.

Redação CicloVivo

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