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47 aves podem ter sido extintas em Belém, diz pesquisa

A perda destes animais serve como um sinal para a provável perda de espécies de outros vertebrados, além de plantas e insetos.

Uma pesquisa publicada em maio na revista Conservation Biology aponta que 47 espécies de aves provavelmente foram extintas da região metropolitana de Belém desde 1812. O banco de dados foi construído a partir de dados históricos de espécimes coletadas e de observações publicadas por diversos naturalistas, como o inglês Alfred R. Wallace.

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O estudo foi realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) e pela Rede Amazônia Sustentável (RAS), formada por organizações como The Nature Conservancy (TNC), Museu Paraense Emílio Goeldi, Embrapa, Universidade de Lancaster e Instituto Ambiental de Estocolmo, entre mais de 20 outros institutos.

De acordo com a Dra. Nárgila Moura, que liderou a pesquisa, as primeiras espécies a desaparecerem foram as de grande porte como arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) e o gavião-real (Harpia harpyja), extintas antes de 1900. Essa perda inicial estaria mais relacionada à caça e ao tráfico, mas também coincidiu com a construção de uma ferrovia para Bragança, no interior do Pará, o que aumentou o desmatamento na região. Desapareceram, em seguida, as espécies de pequeno porte, dependentes de florestas primárias e, portanto, sensíveis ao desmatamento.


Gavião-real (Harpia harpyja) l Foto: Wikimedia Commons

“A região de Belém ainda possui florestas ao seu redor, mas as áreas protegidas estão sendo desmatadas e degradadas a cada ano. O nosso trabalho serve de alerta para que essas áreas sejam protegidas com mais rigor e para que políticas de recuperação florestal sejam implementadas, de forma a garantir a proteção das espécies que ainda existem na região”, afirma Nárgila.

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As aves são um dos grupos de animais mais bem estudados e a perda destes animais serve como um sinal para a provável perda de espécies de outros vertebrados, além de plantas e insetos, inclusive aquelas que podem não existir em outras regiões.

Para outro pesquisador responsável pelo estudo, o Dr. Alexander Lees, que já estuda aves na Amazônia há mais de 10 anos, “proteger os remanescentes florestais de efeitos como caça e fogo é muito importante para garantir o futuro das espécies ameaçadas na região”. Lees ressalta que a extinção local dessas espécies é uma perda para economia local, pois muitas destas espécies são de grande interesse para ecoturistas e observadores de pássaros, muitos dos quais viajam longas distâncias para ver as aves amazônicas.

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