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Greenpeace apoia protestos em cidades brasileiras

A organização se mostrou favorável às manifestações que pedem que os governos priorizem o transporte público e a mobilidade urbana.

O Greenpeace se posicionou a favor dos protestos que têm mobilizado diversas cidades brasileiras. Em informativo oficial, a organização se mostrou favorável às manifestações que, entre outras coisas, pedem que os governos priorizem o transporte público e a mobilidade urbana em seus projetos.

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O aumento das tarifas nos transportes coletivos foi o principal motivador para que jovens saíssem às ruas para protestar. Na cidade de São Paulo, local que deu início aos protestos, a passagem passou de R$ 3 para R$ 3,20. Os manifestantes pedem a redução deste valor, juntamente com a melhoria na qualidade do transporte público, que inclui ônibus, trens e metrô. Aos poucos as reivindicações se espalharam por outras cidades do Brasil. Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão entre as capitais que tiveram e ainda terão parte da população saindo às ruas.

O Greenpeace informa que a decisão de apoiar os protestos surge a partir da necessidade de haver uma reformulação nos sistema de transporte das grandes cidades brasileiras, que por décadas incentivaram o transporte individual.

“Considerado a questão da mobilidade essencial para a construção de cidades mais sustentáveis, acessíveis e democráticas, pedimos às autoridades que aceitem a pressão das ruas como forma de repensar suas políticas de mobilidade urbana. O financiamento do transporte público precisa ser tratado como uma política nacional”, informa a ONG.

Na última quinta-feira (13), com a realização do 4º ato em São Paulo, o tema ganhou maior visibilidade e alcançou comoção nacional, principalmente pelos confrontos violentos entre polícia e manifestante. Perante isso, o Greenpeace lembra que é necessário protestar de maneira pacífica. “Lamentamos as cenas divulgadas nos últimos protestos e pedimos prudência de ambos os lados. De qualquer maneira, defenderemos sempre o direito à manifestação não violenta, afinal é um instrumento da democracia.”

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Leia abaixo o texto na íntegra:

"As manifestações contra o aumento da passagem do transporte público começaram em São Paulo e tiveram rápida adesão no Rio, em Belo Horizonte e em Curitiba. Outras cidades prometem ter manifestações semelhantes nos próximos dias, o que mostra a urgência do tema.

A discussão da tarifa foi apenas o estopim de uma demanda há tempos reprimida: a melhoria e expansão do transporte público nas grandes cidades brasileiras passa por uma revisão de prioridades do governo e vultuosos investimentos em mobilidade, que tornem o ir e vir de todos um direito mais realista.

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Com décadas e décadas de incentivo ao transporte individual, as megacidades brasileiras foram cedendo espaços de convivência e de troca social aos automóveis. O que os jovens estão fazendo, agora, é se levantar contra esse modelo insustentável e retomar a rua, espaço que lhes é de direito.

Considerando a questão da mobilidade essencial para a construção de cidades mais sustentáveis, acessíveis e democráticas, pedimos às autoridades que aceitem a pressão das ruas como forma de repensar suas políticas de mobilidade urbana. O financiamento do transporte público precisa ser tratado como uma política nacional. Se a discussão do transporte se concentrar simplesmente no orçamento municipal, não haverá solução.

Precisamos de mais transporte público, de melhor qualidade e mais barato. Também precisamos de políticas pensadas especialmente para facilitar o acesso da população mais carente e de públicos que mais necessitam do transporte e que não têm como arcar com a despesa, como os estudantes.

Também são necessárias medidas que desestimulem o transporte individual e um redirecionamento dos subsídios dos combustíveis fósseis para o transporte público.

Os protestos vão continuar e o poder público precisa estar aberto ao diálogo. É muito perigoso para a democracia quando os governos viram as costas aos anseios da juventude e respondem com métodos típicos dos anos de chumbo. Balas de borracha, bombas de efeito moral e cassetetes são incapazes de calar inconformismos e desejos de mudanças.

O Greenpeace é uma organização que tem em seu DNA o protesto pacífico como forma de cobrar mudanças de atitudes de governos e de corporações. Lamentamos as cenas divulgadas nos últimos protestos e pedimos prudência de ambos os lados. De qualquer maneira, defenderemos sempre o direito à manifestação não violenta, afinal ela é um instrumento da democracia.

O papel da força policial, que representa o Estado, é implementar a lei e garantir a segurança. Jamais usar a violência para coibir a livre manifestação do pensamento e para promover um ambiente de pânico e caos. O governador Alckmin deve se posicionar de forma favorável ao direito de manifestação pacífica e coibir as cenas de violência policial, inaceitáveis num estado democrático."

Redação CicloVivo