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Chiquinho Scarpa “enterra” carro em campanha a favor de doação de órgãos

A ideia é despertar as pessoas para o absurdo que é enterrar um órgão saudável que poderia salvar a vida de alguém.

Sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos é o principal mote da campanha desenvolvida pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Durante a Semana Nacional de Doação de Órgãos, que teve início na última segunda-feira (23) e vai até domingo (29/09), a população contará com eventos pontuais e de mobilização. Atualmente, cerca de 30 mil pessoas aguardam na fila de espera e, de cada 10 pessoas abordadas, quatro se negam a doar os órgãos de seus familiares.

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O trabalho realizado pela ABTO, em parceria com o Ministério da Saúde, dos governos estaduais e entidades médicas, vem surtindo efeito nos números de transplantes.  Até junho de 2013, o país teve 1.273 doadores de órgãos. Com esta marca, o Brasil ocupa o segundo lugar do mundo em número de transplantes. Porém, os números de doadores efetivos, por milhão de população, ainda são muito baixos em relação a outros países. Para se ter ideia, em 2011 o número chegou a 10,7, enquanto a Espanha, o melhor país em doação de órgãos, atingiu 35,3, seguidos por Croácia 35,0; Bélgica 29,3; Portugal 28,5; e EUA 26,0.

A maior lista de espera é por um rim – 20 mil pessoas. Em segundo lugar, estão os que precisam de transplante de córnea (seis mil), seguido pela espera de fígado, cerca de 1.300 pessoas. Por último, coração e pulmão, com 200 e 170 respectivamente. .

Abaixo, números de transplantes de órgãos realizados no país em 2013:

Órgãos – Total

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Coração – 126

Fígado – 844

Pâncreas – 15

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Pâncreas/Rim – 65

Pulmão – 42

Rim – 2.707

Total – 3.799

A ABTO projetou em 2007 uma meta para atingir em 2017, o objetivo é contar com pelo menos 20 doadores efetivos por milhão de população.

Para se tornar um doador, é importante que a pessoa comunique à família sobre esta vontade, pois de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo familiar de até 2º grau. Essa conversa é fundamental para subsidiar a decisão da família na hora de doar os órgãos.

Segundo o Dr. José Osmar Medina Pestana, presidente da ABTO, a recusa dos familiares ainda é um dos motivos para a falta de doadores e está relacionado à falta de manifestação da vontade de doação em vida. “Sempre que o indivíduo se manifesta a favor da doação os familiares autorizam”. De acordo com a Associação, a principal dificuldade para o aumento do número de doadores é, exatamente, o baixo nível de informação sobre o assunto. “Apostamos na adesão da sociedade, com apoio de profissionais de saúde e da mídia, para um dia tornar essa espera por um órgão menos longa e dolorosa”, afirma Medina.

Ação de Marketing

Para lançar a Semana Nacional de Doação de Órgãos e conscientizar a população para a falta de doadores, a agência Leo Burnett Tailor Made preparou uma ação de grande impacto para a ABTO, em parceria com o Conde Chiquinho Scarpa.

A ideia é despertar as pessoas para o absurdo que é enterrar um órgão saudável que poderia salvar a vida de alguém. Apesar de serem mais valiosos do que qualquer riqueza, as pessoas não se chocam com o desperdício de se enterrar órgãos capazes de salvar várias vidas. É mais fácil se chocar com o enterro de um carro. Para ajudar a mudar isso, corajosamente e voluntariamente Chiquinho Scarpa comunicou em sua página no Facebook que iria enterrar o seu maior bem: um Bentley no valor de 1,5 milhão.

A repercussão foi enorme e a opinião pública criticou fortemente a decisão do Conde, como era esperado. No dia do enterro, com a imprensa reunida para uma coletiva, a mensagem foi revelada e foi anunciada a abertura da Semana Nacional de Doação de Órgãos, organizada pela ABTO. O Conde Chiquinho, protagonista da ação, reforçou sua postura consciente e engajada com importantes causas sociais. 

Ele não chegou a enterrar o carro, como ressaltou em sua página no Facebook. "Eu não enterrei meu carro, mas todo mundo achou um absurdo quando eu disse que ia fazer isso. Absurdo é enterrar seus órgãos, que podem salvar muitas vidas. Nada é mais valioso. Seja um doador, avise sua família".