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3 ensinamentos da nova linha sustentável da Natura

O CicloVivo foi convidado pela Natura para ver de perto todos os processos da fabricação da linha Sou, na unidade de produção de Cajamar, São Paulo.

Colocar nas prateleiras produtos que ofereçam bem estar para os consumidores, que tragam bons resultados ao fabricante e ainda diminuir os impactos ambientais da fabricação é a missão da Natura ao desenvolver a Sou, sua nova linha de cosméticos.

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Chegando para brigar com a concorrência no mercado popular, a Natura comprovou que sustentabilidade não precisa ser sinônimo de altos preços, mas sim de redução de custos e eficiência nos processos.

A nova linha de cosméticos demandou um grupo de trabalho formado por representantes de várias áreas da Natura, que atuaram em conjunto com mais duas empresas de design, responsáveis pela criação de embalagens de menor impacto.

Unidos, os responsáveis pela linha de cosméticos precisaram responder a uma importante indagação que abre os caminhos para a produção sustentável: “por que eu preciso do que não preciso?”, era a pergunta. A partir daí, teve início o desafio da linha Sou, que partiu desde o envasamento correto até a fórmula química da linha de produtos.

O CicloVivo foi convidado pela Natura para ver de perto todos os processos da fabricação da linha Sou, na unidade de produção de Cajamar, interior de São Paulo. Separamos três ensinamentos que levamos deste projeto inovador.

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Repensar a embalagem


Foto: Marcos Suguio / Natura

Vencedora do prêmio realizado pela Associação Brasileira de Embalagem, os acondicionamentos da linha Sou utilizam 70% menos plástico que as versões anteriores, e emitem uma taxa de CO2 60% menor que a média das embalagens convencionais, além de gerarem três vezes menos resíduos do que as versões comuns. “A embalagem foi desenvolvida para diminuir o desperdício, podendo ser utilizada ‘até a última gota’”, explicou Tânia Savaget, sócia-diretora de estratégia e branding da Tátil, um dos escritórios responsáveis pelo envasamento sustentável.

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O novo envasamento também influenciou nos processos de logística, já que as versões convencionais possuem um volume grande e precisam ser transportadas dos fabricantes até a unidade de produção da Natura, em que o conteúdo é envasado. Com o processo da linha Sou, a logística fica diferente – as embalagens chegam em rolos, ocupando volume consideravelmente menor. A máquina, produzida na Espanha, “embala” o conteúdo na própria unidade de produção da indústria de cosméticos. 

As embalagens da linha podem ser empilhadas e cabem exatamente nas caixas que são enviadas para revendedoras de todo país, otimizando todo o processo de transporte. Para isso, foram vários os desafios enfrentados nas etapas de produção. “Foi um trabalho de parceria e gentileza de todo mundo: quem cria, quem produz e quem vende”, declarou Tânia.

Repensar a composição


Na foto: Talita Sandolin, pesquisadora científica da natura l  Fotos: Marcos Suguio

A onda sustentável atingiu também o laboratório da Natura, em que foram criadas novas composições menos agressivas. Depois de um longo período de pesquisas, os cientistas da empresa de cosméticos desenvolveram uma fórmula com 30% menos componentes que os demais produtos comercializados anteriormente.

“Pediram para que eu retirasse tudo aquilo que era desnecessário para criar o essencial – isso, sem diminuir, em nada a qualidade do produto”, explicou a pesquisadora Talita Sandolin, uma das responsáveis pelas novas composições. “Retiramos tudo aquilo que era simplesmente estético, como, por exemplo, o corante, que tem por única função deixar o produto ‘mais bonito’”, completou Talita.  

A linha de cosméticos utiliza apenas uma fragrância, o que possibilitou uma redução mais intensa ainda com os gastos de transporte e logística, sem falar numa melhor margem de negociação de preços com fornecedores. Outra vantagem é a economia de água no processo produtivo.

“Ao alterarmos a fragrância de um produto, precisamos lavar todos os tonéis em que ele estava, esterilizando-os com químicos, para que não passe a impregnar outros produtos do processo. Com a escolha por uma única fragrância, não é preciso fazer essa limpeza”, explica Alessandra Zuppo, pesquisadora do laboratório da Natura. “Além disso, toda a fórmula da linha Sou é preparada à frio. A maioria das outras fórmulas são aquecidas antes de serem preparadas. Isso significa ganho no tempo de preparo e redução dos gastos de energia”, completa.

Reduzir os custos


Na foto: William Franco, coordenador de manufatura da Natura l Fotos: Marcos Suguio

Devido a todas as reduções de gastos nos processos da linha Sou, os produtos são vendidos para o consumidor final com preços bem abaixo da média adotada pela Natura em suas outras linhas de cosméticos.

Fabiana Pellicciari, gerente de Marketing da linha da Natura, explica que a marca estudou toda a cadeia de produção para chegar a soluções de menor produção de resíduos, menos gastos de energia, menos uso de transportes, e, consequentemente, menos poluição. Assim, os produtos chegam até o consumidor com preços mais acessíveis.

“A linha Sou busca uma democratização da sustentabilidade. Por que os produtos verdes precisam ser mais caros, e, consequentemente, para menos gente? O que a gente precisa é que, cada vez, mais pessoas tenha acesso a eles”, questionou Fabiana. “O grupo resignificou códigos e escolhas básicas e datas do mercado de cosméticos. Coisas que pareciam que a gente não poderia mais questionar, que estavam impostas há muitos anos no mercado, e que a gente percebeu que podia, sim, fazer de um jeito diferente”, afirma.

Apesar de todos os avanços, Fabiana enfatiza que ainda não foi alcançado um modelo ideal, e, quando se trata de sustentabilidade, sempre é necessário evoluir. Um dos exemplos é o tipo de plástico utilizado na embalagem, que apesar de ser reciclável, ainda não tem valor na indústria. “Nosso próximo passo é desenvolver parcerias para criação de novos produtos para a indústria, que utilizem este tipo de plástico como matéria prima, aumentando, assim, o interesse dos catadores em reciclar a embalagem”, finaliza Fabiana.

Por Mayra Rosa – Redação CicloVivo