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Movimento convida prefeito João Doria a ser catador por um dia

No manifesto entregue ao novo prefeito, os catadores indicam a importância dos profissionais para a coleta seletiva.

Foto: André Bueno/CMSP

Representantes dos catadores de recicláveis de São Paulo, do movimento Pimp my Carroça, entregaram ao atual prefeito de São Paulo, João Doria, na manhã desta segunda-feira (2), o manifesto “Do Lixo, Vivo!”, com reivindicações da categoria. A entrega foi feita no primeiro dia do mandato do novo prefeito, quando Doria e seu secretariado se vestiram de garis para o lançamento do programa “Cidade Linda”. Na ocasião, os catadores também desafiaram o prefeito a ser #CATADORpor1dia.

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A coleta seletiva de lixo, que sempre foi um item crítico da agenda municipal, tende a ganhar cada vez mais relevância: segundo a Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais –, a geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil cresceu 29% entre 2003 e 2014, cinco vezes mais que a taxa de crescimento da população brasileira nesse período, que foi de 6%. A redução urgente na geração de resíduos, por meio de educação da sociedade, e a ampliação da coleta e reciclagem em São Paulo, dependem essencialmente do trabalho dos cerca de 25 mil catadores de materiais recicláveis que trabalham e circulam por toda a cidade, segundo estimativas do MNCR – Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis.

No manifesto entregue ao novo prefeito, os catadores indicam a importância dos profissionais na realização e redução dos gastos operacionais da prefeitura com a coleta seletiva, além da sua contribuição no prolongamento na vida útil dos aterros. Na agenda da transição para que São Paulo se torne uma Cidade Sustentável, os catadores são parte fundamental das soluções necessárias no atendimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e no cumprimento das metas locais e globais do Acordo de Paris no combate às Mudanças Climáticas.

O desafio a João Doria ser #CATADORpor1dia visa justamente mostrar ao novo prefeito as dificuldades que os catadores enfrentam no seu trabalho diário nas ruas de São Paulo, e o quanto eles precisam ser mais valorizados. O manifesto, por sua vez, traz as principais reivindicações da categoria para continuar desenvolvendo seu trabalho. Entre elas estão o reconhecimento do catador como um agente fundamental na coleta seletiva municipal, a garantia de uma remuneração mais justa e estável aos trabalhadores, a permanente ampliação do Programa de Coleta Seletiva Municipal, a implantação imediata de ao menos uma central de triagem em cada uma das subprefeituras da cidade e a garantia da liberdade de circulação.

Os números de São Paulo

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Atualmente cada cidadão do Estado de São Paulo gera uma média de 1,4 kg de resíduos por dia. Apenas em abril de 2016 a cidade recolheu 373.413 toneladas de resíduos dos domicílios (12,5 mil toneladas por dia) e 24.285 toneladas de recicláveis (809,5 toneladas por dia), elevando para 6,56% o índice de reciclagem da capital, segundo dados da Amlurb – Autoridade Municipal de Limpeza Urbana.

A importância do manifesto

O desafio #CATADORpor1dia e a entrega do Manifesto “Do Lixo, Vivo!” foram feitos pelo movimento independente e colaborativo Pimp my Carroça, que tem como missão tirar os catadores da invisibilidade e promover o reconhecimento, valorização e segurança a esse trabalho tão imprescindível no contexto atual. “Queremos garantir que o prefeito Doria e todas as secretarias da prefeitura priorizem em seu mandato a inclusão social e econômica dos catadores e sua valorização. São necessárias várias soluções urgentes para a questão dos resíduos urbanos, que devem ser desenvolvidas coletivamente. Os catadores não são o problema, mas sim parte essencial da solução”, afirma o artevista Mundano, do Pimp my Carroça.

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