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Prefeitura de Curitiba amplia projeto de agricultura urbana

O programa de hortas comunitárias, que já beneficiava 100 famílias desde março do ano passado, recebe mais 88 agricultores urbanos.

Horta Comunitária Santa Rita IV. Foto: Valdecir Galor/SMCS

Alface, couve, brócolis, beterraba, tomate, orégano, cebolinha e salsinha plantados no Tatuquara começam a virar ingredientes de pratos de restaurantes sofisticados de Curitiba. Lançado em março do ano passado, o programa Horta do Chef da Prefeitura agora também está beneficiando os 88 agricultores urbanos da Horta Comunitária Santa Rita IV, no bairro de Tatuquara, em Curitiba, que começaram a vender hortaliças e temperos para Lênin Palhano e Vânia Krekninski. Atualmente, o programa já beneficia 100 famílias da horta do Rio Bonito, no Campo de Santana.

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Adepta do slow food, da alimentação com qualidade, consciência social e sustentável, Vânia Krekninski fez, na quarta-feira (18/4), a primeira compra de produtos cultivados na Santa Rita IV, que integra o programa de Agricultura Urbana da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab).

Percorrendo os canteiros, ela colheu cabeças e maços de alface, escarola, couve, cebolinha e temperos. “O frescor e a qualidade são impressionantes”, disse a chef, que comanda o restaurante Limoeiro, no Cristo Rei.

Para Vânia, a chance de atuar com os produtores urbanos da Santa Rita IV é um momento especial em sua carreira. “É muito bonito ver o trabalho dessas pessoas que se uniram para plantar em áreas não ativas, embaixo de linhões de energia, e que levam para casa, para suas famílias, alimentos mais saudáveis”, observou a chef.

Responsável pelo cardápio do restaurante Nômade, no Batel, Lênin Palhano também está empolgado com a parceria com os produtores da Santa Rita IV. “Já peguei alguns ingredientes no começo da semana. Tem as folhas, sálvia, alecrim, cebolete e temperos que eu quero começar a usar nos meus pratos”, recordou.

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Ele contou ainda que pretende levar para os produtores mudas de alimentos de outros regiões. “Também quero que cultivem PANCs (plantas alimentícias não convencionais), como beldroega, azedinha e lambari”, explicou Lênin, que semanalmente irá adquirir os alimentos.

A líder da Santa Rita IV, Lenita Ferreira Bueno, 55 anos, garantiu que a parceria com os chefs será muito importante para as famílias que plantam na horta comunitária. “Fornecendo para os restaurantes a gente vai conseguir uma redução nas despesas com mudas e manutenção”, justificou. De acordo com ela, mensalmente, os chefs irão pagar uma taxa fixa, que dará direito a levar hortaliças e temperos selecionados por eles mesmos ou suas equipes.

Lenita Ferreira Bueno com a chef Vânia Krekninski. Foto: Valdecir Galor/SMCS

O secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi, destaca que o Horta do Chef tem a missão de valorizar a agricultura local e a tornar as hortas comunitárias sustentáveis.  “Quando a gente atrai olhares para iniciativas como o programa, mostramos como o setor privado pode auxiliar em projetos de segurança alimentar e economia circular”, observa.

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Gusi lembra ainda que todos ganham com essa parceria. “De um lado, os cozinheiros famosos têm acesso a alimentos cultivados por pessoas que retomaram o contato com a terra e que produzem o próprio alimento. Do outro, os produtores urbanos que podem agregar valor às hortaliças plantadas e reduzir os custos do cultivo”, reforça o secretário.

Variedade

A dona de casa Eliete Lima, 44 anos, espera aumentar a variedade de alimentos cultivados em seus canteiros com a Horta do Chef. “Hoje, já planto alface, repolho, couve, cebola, alho e outros temperos. Agora, os chefs poderão nos ajudar a plantar outras mudas”, justificou.

Ela recordou que, há seis anos, vai diariamente aos seus canteiros para plantar hortaliças, que ficam ao lado de sua residência. Parte da produção é consumida por ela e a família, mas sempre os vizinhos acabam ganhando algum alimento. “Aqui a gente produz para nós e para os outros moradores”, frisou ela.

O casal Ana Santana, 67 anos, e Silvio Martins Santana, 51 anos, explica que há dois anos começou a cultivar legumes e verduras na Santa Rita IV. “Minha família tinha um sítio perto de Foz do Iguaçu. Plantar aqui na horta é como se eu tivesse voltando no meu tempo em que ajudava meus pais na lavoura”, recorda o pedreiro.

Ana Santana e Silvio Martins Santana. Foto: Valdecir Galor/SMCS

Apoio

Lançado em março do ano passado pelo prefeito Rafael Greca, o Horta do Chef já beneficia 100 famílias de agricultores da horta comunitária do Rio Bonito, no bairro Campo do Santana. Atualmente, as chefs Manu Bufara (Manu) e Gabriela Carvalho (Quintana) atuam como “mentoras” dos produtores do local, que recebem orientação e vendem os alimentos produzidos aos restaurantes das cozinheiras.

A Prefeitura dá apoio às hortas comunitárias, desde 1986, através do Programa de Agricultura Urbana da Smab, que é responsável pela assistência técnica e apoio organizacional das comunidades.

São 24 áreas cultivadas por 900 famílias de produtores urbanos e que se espalham por 428 mil metros quadrados sob linhões de energia, terrenos públicos e áreas da iniciativa privada.

As hortas estão nos bairros Cajuru, Sítio Cercado, Tatuquara, Campo de Santana e CIC. Além de garantir alimentos in natura saudáveis para os agricultores urbanos e seus familiares, o cultivo das verduras também serve como terapia e socialização, pois muitas pessoas vivem sozinhas.

Via Prefeitura de Curitiba

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